terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dia 17/12/09: o ultimo encontro de 2009.

Nosso último encontro do ano já não fazia mais parte do calendário oficial do GESTAR II, pois no dia 26/11 fechamos as 80 horas presenciais. Mas mesmo assim, foi o GESTAR II que promoveu este último encontro do ano de 2009. E o foco principal de nossa reunião foram os planos de estudo. Já havíamos iniciado as mudanças, mas precisamos de tempo para amadurecê-las e colocá-las no papel. Então, esta foi mais uma tarde para juntos pensarmos e redigirmos algumas coisas de nossos planos de estudo.
Desta vez, revisamos o objetivo geral e a distribuição dos “conteúdos”. Baseados nas idéias de Irandé Antunes redigimos os objetivos específicos de nossos planos de estudo. Também avançamos em relação a forma como a avaliação que será conduzida pelos professores de português do município.
Conversamos sobre a necessidade de se fazer uma boa avaliação diagnóstica das turmas e a necessidade de criarmos parâmetros em conjunto para cada série.
Foi salientada a importância de nos próximos anos criarmos (de forma autônoma e independente) uma tarde de estudos mensal para o grupo de professores de língua portuguesa. Encontros para continuarmos discutindo, pensando, adaptando e readaptando nossos planos de estudo. Uma tarde para continuarmos crescendo e aprendendo juntas.
Combinamos de em fevereiro quando reiniciarmos nossa jornada de trabalho, pensarmos em uma data e fixá-la para nossos encontros e também, retomaremos nossos planos de estudo com o objetivo de redigirmos a metodologia a ser aplicada em 2010 junto de todas as boas mudanças que o GESTAR II nos conduziu a fazer.


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dia 26/11/09: a chegada!

Quando iniciamos nossa caminhada de estudo do GESTAR II em junho, vislumbrávamos uma distante chegada. Agora ela é real e se concretizou nesta tarde quente em Itaara. Hoje, fechamos nosso cronograma de encontros. Atingimos a meta dos 20 encontros, ou seja, às 80 horas de estudos presenciais necessárias para o curso.
Mas concluímos que 80 horas não foram suficientes para desenvolvermos tudo o que tínhamos planejado. Por isso outros encontros já estão agendados ainda neste ano letivo.
Para o próximo ano, o grupo de professores de língua portuguesa continuará com os encontros. Pois vimos como é importante nos reunirmos, planejarmos, trocarmos experiências. Dentre tantas coisas boas que o curso nos trouxe, este foi uma delas: a certeza que precisamos ser parceiros e estamos sempre unidos e dialogando, independente da escola em que estivemos lotados.
Então nossa tarde foi assim, um pouco de alívio e um pouco de nostalgia. Mas focamos no nosso projeto conjunto de reformulação dos planos de estudo e foi nesta perspectiva que trabalhamos durante toda a tarde.
Revisamos os pontos significativos de cada um dos TPs, relemos trechos do PCN de língua portuguesa. Revisamos artigos que formam trabalhados durante o curso e folhamos muitos livros. Este material é a base teórica para a reformulação que se iniciou nesta tarde.
Muitas dúvidas sugiram no decorrer da tarde. Muitas mesmo. Mas com calma, pesquisa e novas leituras, temos a convicção que acharemos em conjunto boas soluções.
Iniciamos o rascunho do nosso projeto e dos planos de estudo especificamente. Muitas idéias foram trocadas. Muitas sugestões discutidas e pensadas em grupo. Novas formas de organização e de registros das atividades foram sugeridas. Nossos novos conhecimentos foram colocados em xeque por nós mesmos. Mas acho que estamos afinados em nossa lição.
Claramente percebe-se que o GESTAR II semeou belos frutos. Agora cabe a cada um de nós implementar estes novos conhecimentos na sua prática diária, no seu fazer pedagógico. Se isso tudo o que foi semeado vingar, certamente temos belos frutos para colher no futuro. E a comunidade sentirá, a longo prazo, o quão boas são estas mudanças que começam a ser semeadas na terra fértil de Itaara.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dia 17/11/09: a tarde das maçãs!

Mais uma tarde de estudos em Itaara. Nesta tarde, levei para as cursistas maçãs de presente. Esta idéia surgiu após o relato da Profª Carla em relação a seu desejo de receber a fruta como uma homenagem, pois em histórias em quadrinhos e memórias antigas, são as maçãs que representam o carinho e a afeição dos alunos com seus professores. Então, aproveitei este símbolo para demonstrar o meu carinho e gratidão as minhas colegas que dedicaram ao longo este ano, muitas de suas tardes para o GESTAR II.
Como reflexão inicial, assistimos uma apresentação de slides com o poema “Aula de português” de Carlos Drummond de Andrade, para juntas refletirmos que não podemos mais ser e muito menos agir como o professor do poeta. Precisamos mudar para resgatar junto de nossos alunos, a beleza das palavras e o encantamento da leitura.
Após esta reflexão, partimos para o estudo detalhado do TP2. Retomamos os conceitos dos três tipos de gramática (interna, descritiva e normativa) e suas aplicabilidades práticas em sala de aula. Retomei a fala de que uma gramática não pode ser mais importante que outra, que as três possuem espaço nas aulas de português e que precisamos nos apoiar nelas para planejar e fundamentar nossa prática pedagógica.
Retomamos conceitos como os de frase, oração e período para discutirmos as várias possibilidades de organização de uma frase e de um parágrafo. E deste modo, as diferentes possibilidades que estas estruturas nos dão para a produção de textos. Assim, os alunos podem trabalhar diferentes gêneros textuais a partir de uma frase em situações diversas com o uso da língua.
Retomamos também o conceito de arte e de como ela pode propiciar um trabalho ligado a cultura local, regional e nacional, ampliando os horizontes e a visão de mundo de nossos alunos. Associar arte a linguagem figurada é outro caminho que temos para enriquecer o repertório lingüístico e o conhecimento de nossos alunos. Demonstrando por exemplo, que todos nós produzimos nas mais diferentes situações metáforas, metonímias, comparações, ironias e as mais diversas figuras de linguagem em nossos relatos orais. Em função disso, nossos alunos são capazes de produzir também textos com estes recursos.
Finalizamos o TP2, olhando as atividades dos avançando na prática e marcando a data de entrega desta tarefa. Salientei com as cursistas a importância de continuarmos neste ano letivo nos encontrando, mesmo com o cronograma do GESTAR II finalizado. Pois muitos assuntos e dúvidas na aplicação das atividades e no desenvolvimento do projeto ainda poderão surgir. Em função disso, marcamos alguns encontros extras ao cronograma.
Sugeri para as cursistas a leitura de dois livros que levei em nossa tarde de estudos e que servirão para ajudar a orientar nossa “nova” prática de ensino de língua materna. São eles: “O livro de receitas do Professor de Português” de Carla Viana Coscarelli e “A construção da leitura e da escrita” de Márcia Bortone e Cátia Martins.
Antes de concluirmos a tarde analisamos o plano de aula “Ensine a turma a fazer relações entre textos com diferentes opiniões”, retirado do site da revista Nova Escola. E fizemos a leitura do texto “Planejando o ensino de língua” de Heloisa Amaral, retirado do site “escrevendo.cenpec.org.br”. Este último texto semeia idéias importantes a serem amadurecidas em relação a reestruturação dos nossos planos de estudo.
Finalizamos a tarde planejando o nosso próximo encontro que será dedicado ao projeto final do GESTAR II. Sugeri que as cursistas tragam todo o material relevante e importante que tenham para este encontro, bem como a leitura do artigo “Novas perspectivas no ensino de língua portuguesa” de Cristian Wagner de Souza, retirado do site “http://www.unifia.edu.br/”.

domingo, 15 de novembro de 2009

Dia 12/11/09: O leitor - comentário de filme.

O filme retrata de forma bem peculiar a importância da leitura em um contexto que mostra a necessidade da alfabetização como solução para os problemas vivenciados pela protagonista. Hanna é uma mulher que se envergonha de não dominar a escrita e não permite que as pessoas saibam da verdade, prefere ser condenada à morte a revelar seu segredo. Michael, seu amante, não sabe do fato e exerce a função de leitor, lê livros para Hanna e ela mergulha no universo da leitura envolvida pelas palavras de Michael.
Hanna não deseja que ninguém saiba da história real, então, acaba por se declarar culpada ao confessar a autoria de um livro assim que o juiz pede para que ela mostre sua caligrafia. Tamanha sua vergonha diante de ser analfabeta, prefere ser condenada à prisão perpétua a contar que não havia escrito o livro, uma vez que não sabia ler e escrever.
Na prisão, a protagonista começa a procurar meios de aprender a ler. Michael envia-lhe fitas cassetes narrando as histórias dos livros e ela passa a procurar as palavras nos livros. Desta forma, começa seu processo de alfabetização, superando as condições adversas e vencendo seus limites.
A vontade de superar suas privações é tão grande que ela mesma procura um caminho a ser percorrido. No filme, pode-se perceber que a leitura tem um papel fundamental e decisivo na vida do ser humano, podendo mudar até mesmo o destino dos personagens.
Hanna representa o desejo de mudança de uma situação que só poderá ser modificada pela sua própria força de vontade. E ao mesmo tempo, mostra a vergonha incutida em não dominar o mundo das letras, que pode ser entendido como um novo mundo, repleto de esperança e oportunidades.
Rochele Santos Silva

domingo, 8 de novembro de 2009

Dia 05/11/09: uma chuva de idéias!

Antes da chuva chegar, tivemos uma ótima tarde de encontro onde houve um outro tipo de chuva: uma brainstorming. Ela foi provocada pelo texto “Orientações didáticas sobre leitura” retirada do site da revista Nova Escola. E uma boa parte de nossas discussões e trocas de idéias surgiram neste momento. Foram as mais diferentes idéias, desde uso do dicionário até sugestões de trabalhos relacionados a leitura.
Passei para as cursistas um modelo de tabuleiro para organização de um jogo de leitura. Esta sugestão está no AAA5 versão do professor e utilizando este material, discutimos variações de utilização do tabuleiro do jogo e a criação em conjunto com as turmas para a criação de regras para cada jogo que for proposto.
Depois de nossa brainstorming, passamos para o TP1. Retomamos e recordamos diferentes e importantes conceitos sobre cultura e variação linguística. Ressaltei a importância de não criarmos dentro de nossas salas de aula um ambiente de preconceito lingüístico, pelo contrário, nossa missão é desfazer estes equívocos e mostrar que não há certo ou errado na língua, o que há são diferenças.
Valorizar a linguagem oral, a discussão, a troca de experiências é extremamente importante na aula de língua portuguesa, assim como a leitura oral solitária e em conjunto. Aspectos como estes precisam ser reavaliados e revistos por todos os professores como aspectos transformadores de ação e não como “bagunça” como muitos vêem dentro das escolas.
Este TP estimula também a reflexão na questão da importância que um texto deve ter na aula de português. Usando uma fotografia (página 103) deste TP, procurei iniciar a discussão: “O que é texto?”, para mostrar diferentes possibilidades de trabalho e que os mais diferentes gêneros textuais precisam freqüentar nossas salas de aula. Além de reforçar a idéia de que texto é tudo o há sentido e informação dentro de um contexto e isso deve e precisa ser mais explorado em sala de aula. Falamos também do pacto de leitura e de sua importância dentro desse contexto diário dentro das nossas escolas.
Retomamos o conceito de intertextualidade e as diferentes maneiras que ela acontece relacionando os textos. Falamos também do ponto de vista e da importância de exercitarmos como os alunos a mudança de ponto de vista. Esse exercício é uma importante forma de cidadania e de tolerância, coisas que precisam ser melhor e mais trabalhadas com os alunos de uma forma em geral.
Verificamos as atividades dos avançando na prática e avaliamos quais as mais adequadas aos nossos alunos e as séries que eles estão.
Continuamos nossa tarde lendo os textos de Nova Escola: “O que cada um sabe”; “Diagnóstico Inicial” e “Projeto biografias e autobiografias”. Estes textos serviram para um novo debate sobre a importância de conhecer e diagnosticar as dificuldades e problemas de nossos alunos caso a caso. Avaliamos que este tipo de prática é trabalhosa, mas extremamente significativa, pois faz com que os professores saiam da zona do achismo e tenham um embasamento para planejar, discutir e defender suas decisões em sala de aula, assim como o caminho e o rumo que cada ano letivo irá ter.
Terminamos nossa tarde da mesma maneira que iniciamos, com uma imensa brainstorming, de troca de experiências e idéias novas para nossas salas de aula.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dia 27/10/09: finalizamos o TP6.

Mais uma bela tarde de sol em Itaara. Tarde de encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa. Tarde de trocas e de TP6. Como havíamos planejado no encontro anterior, nesta tarde nos concentramos nos estudos de cada item, cada ponto importante do TP6.
Na unidade 21: Argumentação e linguagem, nos detivemos nos aspectos conceituais em torno da construção da argumentação. Com a ajuda do Hagar - O terrível (pág. 25), fizemos uma revisão os cinco tipos de argumentos descritos no TP e discutimos a importância da construção da argumentação e como, de maneira geral, nossos alunos não conseguem construir seus argumentos de forma consistente. Verificamos também que neste ponto importante para uma produção textual podemos estar "pecando", porque solicitamos dos alunos argumentos e muitas vezes não verificamos se eles sabem verdadeiramente construí-los.
A cada dia fica mais clara e visível a importância de um projeto sério nas escolas em função da produção textual. Um projeto bem costurado e amarrado, onde sejam visíveis as conexões entre cada tópico e com objetivos claros.
Na página 45 do TP, um ponto importante também fez com que parássemos para refletir: textos em sala de aula não são só os escritos, são os orais também. A construção da argumentação exige do aluno um raciocínio e um pensamento lógico (coesão e coerência - TP5).
Retomamos uma questão que já havíamos discutido anteriormente: o registro destes tópicos nos cadernos de chamada. E mais uma vez me posicionei no sentido de registrarmos, por exemplo: aula de leitura, produção textual oral, produção textual escrita e assim sucessivamente. Mais uma vez ficou evidente que as coordenadoras pedagógicas e as diretoras de escola devem estar cientes de todas as mudanças para apoiarem e darem suporte aos professores da disciplina quando a gramática sair do foco e os pais começarem a bater nas portas das escolas.
Solicitei atenção e leitura das cursistas ao Ampliando nossas referências: Argumentação (pág. 59, 60 e 61), pois vamos precisar construir também nossos próprios argumentos em defesa do GESTAR II e a "nova" maneira de conduzirmos as aulas de português.
Em relação a unidade 22: Produção textual: planejamento da escrita, retomamos os conceitos das funções básicas da língua e o conceito de metacognição. Vimos também diferentes estratégias de planejamento para aulas de produção textual. Ressaltei a importância de nos valermos destas diferentes estratégias e usá-las alternadamente para que as aulas não tenham sempre o mesmo formato.
Na página 123 do TP, há uma sugestão passo-a-passo de como fazer um resumo. E desafiei as cursistas a aplicarem esta técnica em sala de aula.
Discutimos a importância do planejamento da escrita, da atividade de revisão e de edição do texto. E verificamos que estes passos precisam ser cobrados dos alunos sistematicamente, para que desde cedo (5ª série) os alunos iniciem este processo e apropriem-se dele, para no futuro (8ª série) estas etapas serem comuns e rotineiras em relação a produção de textos.
Na unidade 23: Estratégias de revisão e edição, ressaltei a importância do trabalho coletivo principalmente nos aspectos de revisão textual. Com atenção, olhamos a sugestão da página 147 como mais uma estratégia a ser incorporada em sala de aula.
Mais uma vez, solicitei atenção e leitura das cursistas ao Ampliando nossas referências: Auxiliando os alunos a editar (pág. 155, 156 e 157) e pedi para que cada uma pensasse em um modelo de lista para edição de textos, para em um próximo encontro, tentarmos montar um modelo para ser usado em nosso município. Onde os alunos das diferentes escolas tenham os mesmos critérios para a revisão e melhoria de seus textos e também, para que em uma eventual troca de escola, eles e suas famílias percebam que caminhamos todos em uma mesma direção e com sintonia em nossas ações.
A unidade 24: Literatura para adolescentes. Roubou um espaço significativo de nossa tarde, pois trocamos sugestões de livros e filmes para auxiliar em nossa prática pedagógica. Também foram relatadas neste momento, experiências com atividades de leitura de obras literárias.
Em relação as atividades do Avançando na prática, retomamos uma a uma delas e analisamos o grau de dificuldade em relação a aplicabilidade das mesmas com as turmas.
Mais um encontro chegava ao fim e solicitei que as atividades sejam feitas em sala de aula e os relatórios elaborados para as datas pré-determinadas por nós mesmas.
Entreguei a cada cursista um CD com um PDF do PCN de Língua Portuguesa e os vídeos que retirei do site http://www.estudante.co.cc/. Este material irá subsidiar nosso encontro de montagem do projeto final do GESTAR II com a temática dos planos de estudo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dia 21/10/09: muito além da gramática!

Tarde linda de sol e nós na reta final de nossos encontros.
Como tínhamos planejado anteriormente, iniciamos a tarde retomando as questões sobre o texto dos PCNs e algumas discussões surgiram nesta questão. Percebemos agora a importância e a pertinência do estudo dos PCNs e o por quanto tempo o ignoramos.
Seguindo nesta linha, fizemos a leitura de dois momentos distintos, mas interligados do livro "Muito além da gramática" de Irandé Antunes.
O primeiro deles para se desfazer de vez o equívoco de que nomenclaturas não são regras (pág. 80 até 83), onde a autora reforça a questão de que gramática precisa ser ensina sim, mas ela não pode ser o foco, o objetivo do estudo de Língua Portuguesa, ela tem que ser o acessório útil e importante da aula.
No segundo monento, nos detivemos no capítulo 12 do livro (pág. 132 até 144): Uma sugestão de programa muito além da gramática. Onde a autora de forma ousada, sugere um novo programa para as aulas de Língua portuguesa. Um programa um tanto amplo, mas extremamente pertinente na nossa tarefa (também ousada) de mudar os planos de estudo de nosso município, para enfim, colocar-los de acordo com os PCNs e as orientações do GESTAR II. Neste capítulo, além da sugestão de um novo programa, a autora demonstra de forma prática e a partir de um exemplo simples, como utilizá-lo em sala de aula.
É garimpando as idéias de diferentes escritores e adaptando o que é pertinente para nossa realidade, que pretendemos construir o projeto de mudança dos planos de estudo. Nesta tarde de debates, conversas e discussões sobre o tema, surgiu mais uma importante questão para o próximo ano: colocar a par as equipes diretivas das escolas e a equipe da secretaria de educação de todas as mudanças que vamos implementar a partir do próximo ano, suas implicações e o motivo porque cada uma delas está sendo feita. Afinal, se os coordenadores pedagógicos, os diretores e os demais gestores não tiverem clareza de nossa proposta, muitos equívocos poderão surgir e tememos que a pressão da gramática como foco do ensino, recaia em nossos ombros.
Continuamos nossos estudos da tarde com as duas primeiras unidades do TP6.
Falamos então especificamente das questões da argumentação e a importância da construção de bons argumentos a partir do senso comum e da leitura, para que surjam argumentos baseados em exemplos, em provas concretas ou de autoridade. Discutimos como fazer o aluno buscar e construir seus argumentos e mais uma vez nos deparamos com o problema estrutural das escolas: bibliotecas pequenas, sem periódicos atualizados e a dificuldade do acesso a internet.
Lemos e comentamos a viabilidade de aplicação de cada um dos avançando na prática da unidade 21. Ressaltei a importância de serem feitas as leituras sugeridas que cada TP contém, pois elas estão ali para ampliar e enriquecer nosso conhecimento sobre cada um dos temas.
Em relação a unidade 22, detive com as cursistas uma atenção especial a página 81, onde importantes conceitos sobre as funções da linguagem são retomados e a partir disto, podemos compreender a questão de estilo e da "voz" de Bakhtin e de como tudo este universo tem relevância e significado no desenvolvimento de "boas aulas de português"! Outra vez nos detivemos na leitura e na viabilidade de aplicação dos avançando na prática desta unidade. Mesmo sabendo que não temos a obrigatoriedade de colocá-las em prática, sua discussão é sempre pertinente, pois mudam nosso olhar e nosso pensamento na hora de planejarmos aulas.
Mais uma vez com o tempo estourando em nossos olhos, encerramos a tarde organizando e planejando as metas para no próximo encontro finalizarmos o TP6 e se possível, pincelarmos idéias do TP1.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Professor: você já tem seu Blog?

Blog para quem não sabe é uma espécie de diário eletrônico que surgiu no final da década de 90. Eles são uma ferramenta de atualização rápida e possuem muitos recursos mais, além da publicação de um texto. Nele são inseridas imagens, vídeos, áudios e links, por exemplo. Um fator de destaque é a interatividade do leitor com o escritor do Blog (ou blogueiro) pois ele pode opinar, comentar e responder ao escritor em um espaço reservado para estes comentários junto ao texto postado.

Na busca de uma constante atualização, muitas escolas e seus professores estão recorrendo aos Blogs como uma ferramenta a mais no seu fazer pedagógico. Isso significa dizer que o Blog está sendo usado para dar visibilidade ao trabalho da escola ou de um professor específico junto a seus alunos e sua comunidade.

O Blog é uma excelente forma de integrar e envolver o aluno na produção de conteúdo específico para ele, pois outra característica importante dos Blogs é a temática e o assunto a ser divulgado por cada um deles. Isso possibilita que a escola e seus professores produzam um trabalho interdisciplinar ou até mesmo fragmentado através das disciplinas. Mas sempre com um imenso potencial a ser explorado, pois sua interatividade e fácil acesso são fatores que seduzem e envolvem os jovens no desenvolvimento deste tipo de projeto.

Professores que mantém Blogs sentem rapidamente o efeito positivo que este tipo de ferramenta produz em seus alunos. Pois os textos para serem postados lá, são pensados com mais rigor e desenvolvidos de forma mais cuidadosa por parte dos alunos. No Blog, eles sabem que terão muitos leitores a mais do que seus próprios professores. Isso estimula, dá vontade de escrever, ler e revisar até que o aluno/autor ache que seu texto ou trabalho está pronto para ser postado.

O uso do Blog como ferramenta pedagógica é uma questão que não pode ficar de fora das discussões e reuniões nas escolas. Pois a postura da escola frente às novas tecnologias precisa ser pensada e reformulada com rapidez. Corre-se o risco de mais uma vez a escola ficar de fora deste novo modelo de sociedade que se apresenta, com a invasão quase que total da tecnologia na vida das pessoas.

É importante que os professores em geral se apropriem desta mídia para trazer e resgatar o interesse dos alunos pelos conteúdos desenvolvidos na escola. Este é um maravilhoso exemplo de como a tecnologia e a “modernidade” podem chegar às escolas e envolver os diferentes setores na construção de um projeto, com objetivos específicos a serem desenvolvidos durante o período letivo.

sábado, 17 de outubro de 2009

Dia 15/10/09: dia de celebração!



Mais uma tarde de encontros, mais uma tarde de celebração! E neste dia tão especial, não poderia iniciar o encontro sem fazer uma breve e singela homenagem a nós mesmas. Por isso, escolhi a mensagem do youtube "Ser professor", para demonstrar nossa importância na sociedade e também para aumentar nossa auto-estima.
Logo após fizemos juntas um teste de nossos conhecimentos sobre sequência didática. Muitas risadas foram dadas em função da questão do teste, mas entendida a brincadeira, avaliamos nosso conceito sobre este assunto e debatemos sobre a importância do planejamento das ações pedagógicas. Como modelo de organização de sequência didática, retirei do "site escrevendo.cenpec.org.br", uma sugestão de sequência para o trabalho com gêneros textuais. Esta reflexão foi de extrema importância em função do assunto que viria a seguir: TP6.
Ao abrir o TP6, as cursistas tiveram a grata surpresa de ver que ele é um "livro mágico". Ou seja, que ele auxilia e ajuda o professor a pensar em sequência, ele auxilia o professor a criar motivação e organização de etapas fundamentais em sala de aula quando o assunto é escrita. Além disso ele estimula e envolve o professor na árdua tarefa de mostrar ao aluno que um texto dificilmente está pronto, que ele sempre merece atenção, leitura, escrita, releitura, reescrita, revisão e este processo repetindo-se, quantas vezes for necessário.
Mas os textos dos alunos precisam ser publicados, não é? Por isso, apresentei para as cursistas o texto Blogs como ferramentas pedagógicas, retirado do "site www.ead.sp.senac.br". Com ele procurei estimular as cursistas a movimentarem o Blog criado por elas, utilizando e postando os textos desenvolvidos em sala de aula pelos alunos. Mostrei o Blog de língua portuguesa da minha escola "pintoribas.blogspot.com", para mostrar como estou utilizando esta ferramenta pedagógica e o efeito que ele tem produzido no estímulo de meus alunos na hora da criação de textos.
Expliquei que além do Blog, mantenho um mural no corredor da escola onde algumas produções de texto são "convidadas" a estarem lá. Ou seja, após a minha leitura dos textos, faço comentários e solicito que alguns textos sejam "passados a limpo" ou para o mural, ou para o Blog. Comentei o efeito positivo que esta ação gera sobre os alunos, pois os textos estão sendo a cada dia que passa, escritos e pensados com mais rigor e cuidado da parte deles. Eles sabem que os textos publicados lá terão muitos outros leitores e isso faz com que eles produzam mais e melhor.
Isso gerou uma ótima discussão em relação a importância e o estímulo que é para o aluno saber que ele terá sobre seu texto, outros leitores além da professora de português. E as dificuldades forma aparecendo e sendo relatadas. Para cada uma delas, tentei buscar uma solução. Ficou clara a importância de dar visibilidade para os textos produzidos pelos alunos e o efeito positivo que isso gera dentro da escola.
Como não poderia deixar de fazer, trouxe para as cursistas o plano de aula retirado do "site da revista nova escola (www.ne.org.br)" chamado: Trabalhando uma questão ortográfica com ditado interativo. Pois a questão da exemplificação de como organizar as velhas coisas como uma nova roupa é fundamental para que a mudança em sala de aula ocorra. Como elas queriam idéias de trabalho com ortografia, achei que este plano de aula poderia ajudar a diminuir suas angústias. Lemos o passo-a-passo e vimos que mais uma vez estas questões envolvem planejamento e uma boa avaliação diagnóstica da turma.
Outro ponto importante que está relacionado diretamente ao projeto para o portifólio do Gestar II, é a questão de retomarmos os estudos dos PCNs para reelaborarmos os nossos planos de estudo. Então, busquei o texto Ainda uma leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, da Professora Norma Sandra de Almeida Ferreira da UNICAMP, para iniciarmos nossa discussão sobre o tema e para começarmos dar forma e corpo ao nosso projeto. Como o texto é extenso e nosso tempo estava no fim, lemos e discutimos uma pequena parte dele. Solicitei que para o próximo encontro a leitura dele seja concluída em casa para fazermos daí um debate mais completo e amplo sobre esta revisão aos PCNs.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dia 06/10/09: a viagem final pelo TP5.



Mais uma tarde de encontros. Ânimos renovados e muita disposição para o trabalho com o Gestar II.
Iniciamos nosso encontro, mais uma vez reorganizando as datas em nosso cronograma. Estes ajustes são importantes em função de todos os problemas que enfrentamos neste ano.
Novas datas organizadas, tarefas sendo desenvolvidas, voltamos ao TP5, recordamos através de um power point as noções de estilo, estilística, coesão, coerência e lógica textual. Todas elas importântes conceitos e serem revisados pelos professores de português.
Depois disso, mergulhamos de cabeça no TP5. Passo a passo, seção por seção, fizemos a dissecação de seu corpo.
Revisamos seus conceitos, falamos sobre as dificuldades de nossa prática em relação a estes temas e juntas, descobrimos que estes tópicos (quando bem planejados) podem resultar em aulas leves e prazerosas para todos.
Com extema atenção, bisbilhotamos cada um dos "avançando na prática" que estão presentes neste TP. Com eles, discutimos a aplicabilidade das propostas e como elas podem ser adaptadas para nossa realidade.
Também mergulhamos no AAA5 - versão professor - nos divertimos e interagimos com ele e seus trava-línguas, os provérbios, as tirinhas e as idéias absurdas.
Retomamos alguns planejamentos que tínhamos feito em conjunto. Revisamos e relatamos dificuldades, acertos e modificações.
Também fizemos a leitura do plano de aula "As duas faces da ortografia", retirado do site da revista Nova Escola. Neste ponto, constatamos mais uma vez a falta que disciplinas da pedagogia fazem na formação do professor de português.
Falhas grandes nas estruturas de nossos cursos de formação estão ficando cada vez mais evidentes. Neste sentido, o Gestar II chegou em boa hora. Para promover a reforma profissional, que nem tínhamos consciência de que era tão necessária. Além dela, existe também o forte empenho em relação a modificação urgente em nossos planos de estudo.
Para finalizar a tarde, passei o video "I want to believe" que a formadora de Guaporé, Luciane Faccio, nos apresentou e cedeu na formação em Porto Alegre.
Com ele, solicitei as cursistas uma reflexão baseada na história do video e a relação que existe entre ele e os profissionais de educação.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Segunda etapa do GESTAR II em Porto Alegre!


Nosso segundo encontro começou muito mais tranquilo. Todos estavam com saudades e a confraternização foi o ponto alto desta etapa. Confraternização no mais amplo sentido: da amizade, da troca, das idéias. Muitos pontos em comum foram detectados entre os participantes, mas a necessidade da reformulação dos planos de estudo para o próximo ano, foi consenso geral.
Ficou claro que o objetivo de todos em seus municípios é transformar a educação e principalmente o modo de se ensinar a língua materna. Mudar para pararmos de reproduzir. Mudar para resgatarmos o interesse dos alunos. Mudar para transformar. Neste sentido é necessário que todos os participantes do programa tenham a disposição de sair de sua "zona de conforto" profissional.
Então passamos uma semana onde trocamos experiências, relatamos o andamento das nossas atividades com os cursistas e com as turmas que os formadores são regentes. Viajamos pelos TPs 6, 1 e 2. Retomamos alguns pontos e questões sobre os portifólios. Assistimos "O Leitor" para analisar e discutir a importância do letramento e o papel da escrita. Muitas dinâmicas, muitos vídeos e vários textos depois, avançamos muito em nossa caminhada. O que nos fortaleceu para voltarmos e retomarmos nosso trabalho com mais ânimo.
Sabiamente nos disse o Prof. Mau: Muitas aulas hoje são como missas em latim arcáico. Devemos refletir muito e descobrir se já conseguimos mudar a linguagem ou se continuamos em sala de aula, falando e reproduzindo coisas sem sentido e sem significado prático para nossos alunos. Por isso, o Gestar II virou nossa bandeira para as mudanças que são tão urgentes na educação deste nosso imenso país.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dia 24/09/09: trocando figurinhas.

Nosso primeiro encontro após o temporal de granizo do dia 07. As escolas ainda estão sendo reparadas, ainda há muitas coisas para serem feitas. Estamos retomando nossas atividades, nossos trabalhos, nosso rumo, neste que será o ano letivo mais complicado e estranho que já tivemos em Itaara desde sua emancipação.
Em função de tudo isso, de todas as adversidades que passamos, nesta tarde trocamos muitas figurinhas, ou seja, trocamos experiências, planos de aula e muita idéias.
Já havia recomendado para as cursistas a leitura do livro Nada na língua é por acaso de Marcos Bagno. Hoje, utilizamos uma pequena parcela do livro, o capítulo Onde está o dito cujo? (página 193 até 205) para entendermos o mecanismo da organização de um pequeno projeto em sala de aula. Após a leitura do capítulo, houve um amplo debate, cheio de boas idéias. A utilização deste tipo de metodologia poderá ser muito proveitosa neste novo recomeço, pois com muitos alunos que perderam seu material de aula, teremos que partir do zero e estimular a pesquisa, a leitura e a investigação, poderá ser um atrativo e um estímulo.
Retomamos os resultados obtidos com as provas de entrada nas 5ª séries da Escola Pinto Ribas, as ações que foram propostas e a metodologia que foi planejada baseada nas propostas do GESTAR II. A formadora reforçou a impotância da aplicação das provas de entrada para que a investigação dos saberes dos alunos seja melhor detectada. Com a posse destes dados, as mudanças nos planos de estudo serão fundamentadas na realidade de cada escola do município. Trazendo um bom embasamento para privilegiarmos a leitura e a produção de textos. Assim vamos tirar a gramática normativa do foco central dos planos de estudo. Vamos colocá-la como um acessório importante, mas não obrigatório no dia-a-dia de nossas salas de aula.
Outro ponto de discussão, foi a questão do pouco tempo para retomar e concluir o trabalho que estava sendo feito para a prova Brasil. Estes quase 15 dias de interrupção das aulas por causa do temporal de granizo, irão atrapalhar as atividades que haviam sido planejadas. O temor em novamente termos um índice baixo no IDEB é motivo de muita preocupação das professoras das 8ª séries.
A formadora levou exemplos de atividades de seus alunos que foram desenvolvidas a partir de textos e idéias dos AAAs. Reforçando a questão do professor como autor de seu próprio material didático. Um material específico para cada realidade, para cada sala de aula, buscando estimular o aluno a crescer e a construir saberes mais significativos para si. Desta forma podemos trabalhar com as particularidades de cada turma.
O livro didático também foi foco de discussão. Concordamos que os livros que estão sendo usados em nossas escolas não atendem a realidade de nossos alunos. O conteúdo gramatical que consta em cada um deles é bastante extenso e muito desconexo com nossa "listagem de conteúdos". Novamente usamos um trecho livro de Marcos Bagno intitulado Um roteiro para analisar os livros didáticos (página 125 até 140) para verificar que realmente os livros que selecionamos atendem parcialmente aos critérios da variação linguística e que privilegiam de maneira exagerada a gramática normativa. Isso nos serviu de alerta para sermos mais criteriosas e exigentes na próxima campanha do PNLD e não cairmos nas propagandas e na sedução das editoras.
Quando percebemos a tarde havia passado rapidamente e nosso TP5 havia sido muito pouco explorado.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O poder das perguntas

Volta e meia passa na televisão uma propaganda que diz algo assim: “não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”. Se pararmos atentamente para pensar, chegamos à conclusão que é verdade. Neste instante, precisamos também nos remeter a outro lugar: a sala de aula e refletir, não é também disto que precisamos lá?
Mas quando penso em perguntas, não valem aquelas que estão estampadas nos livros didáticos, nos polígrafos ou no material retirado da internet. E por quê? Simples, por elas são confeccionadas para abranger o todo, a grande parcela da população, são em sua maioria perguntas genéricas, sintéticas, que teoricamente qualquer um poderia responder.
Quando penso em perguntas, estou pensando naquelas que são confeccionadas pelo professor, pensando no seu aluno, nos seus saberes, nas suas limitações. Penso naquelas perguntas que farão com que eles possam dar um passo além. Um de cada vez, transformando e ampliando seus saberes.
Sei bem da grande carga horária que a maioria dos professores tem, das jornadas de trabalho exaustivas que muitos possuem e compreendo muito bem que isso é um dos maiores empecilhos na preparação de boas aulas. Mas vamos refletir: se não houver modificação na preparação das aulas, haverá mudança? Se as aulas continuarem sendo preparadas de forma genérica para atender alunos de diferentes escolas e realidades, haverá mudança? Se as aulas não forem pensadas e preparadas, pois existe o livro didático, haverá mudanças?
Precisamos repensar, reavaliar e tentar descobrir onde está o problema. Muitas vezes não é apenas o aluno que é preguiçoso e não quer nada com nada. Muitas vezes, as aulas que são apresentadas a eles, não chatas, desmotivadores e não fazem nenhum sentido para eles. Já pensou nisso?
Minha proposta é simples: vamos nos reinventar! Vamos produzir aulas pensando no rosto de cada aluno. Vamos pensar em aulas que motivem. Vamos pensar em aulas que tenham utilidade prática. Vamos deixar de usar apenas o livro, o giz e o caderno. Sei que minha proposta não é simples e fácil. Pois desacomodar velhos hábitos é uma atitude que aborrece e desagrada muita gente. Mas se não houver um sinal positivo de mudança nos professores, haverá mudança nos alunos?
Lá estão as perguntas! Muitas delas, algumas seguidas de minha opinião, outras não. Vamos pensar na frase que motivou este texto. Vamos incorporá-la a nossa prática profissional. Vamos nos desacomodar. Vamos mudar e esperar as mudanças! Vamos fazer diferente. Pense e ao menos tente, faça sua experiência! Se eu estiver errada, desculpe! Mas se eu estiver certa, aproveite a oportunidade e mude também!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Resenha de Rochele Santos Silva

Os textos trabalhados nesta etapa reforçam o pensamento acerca do que se discute em relação ao ensino de língua portuguesa, focando na habilidade de leitura e não mais no ensino voltado para a gramática normativa e suas regras.
O artigo de Barros salienta a necessidade da leitura e mostra que leitura não é simplesmente decodificação, está muito além da tradução, pois, requer interpretar, compreender e reter a informação. A autora aborda em seu trabalho várias definições do que vem a ser leitura, destaca autores de diversas áreas do conhecimento e não apenas da área de linguagem.
O trabalho da estudiosa mostra as etapas do processo de leitura, segundo a mesma são quatro as etapas nesse processo: decodificação, compreensão, interpretação e retenção. Ao longo do trabalho, a autora explica o que ocorre em cada etapa bem como as define.
Faz-se importante mencionar que a pesquisadora provoca o leitor através de reflexões, questionando sobre quem são os responsáveis pela leitura na vida dos alunos. Desta forma, ela destaca que os pais têm suma importância nesse processo e não apenas os professores são os responsáveis por isso.
No final de seu trabalho, Barros comenta sobre os pontos positivos e negativos ao se utilizar o livro didático. Ela retoma quando surgiu esse componente utilizado em sala de aula, faz uma retomada histórica sobre a origem. Além disso, encontramos uma avaliação sobre determinado livro didático empregado nas quintas séries do ensino fundamental em Maringá, Paraná.
Durante avaliação do material, ela mostra as etapas da leitura neste livro didático e conclui apresentando as etapas nos exercícios do mesmo livro. Com isso, percebemos que os exercícios abordados no presente material elencam os processos para uma leitura eficaz.
O próximo material, artigo de Coroa( 1999), foca nas concepções de língua que empregamos em sala de aula. Segundo a autora (idem), o texto é o principal componente para o ensino de língua, pois estamos vivenciando-a na prática.
A pesquisadora faz uma rápida retrospectiva a cerca do ensino de línguas ao mostrar as três concepções: com ênfase na palavra, na mensagem e por fim, na interação social.
A autora retoma autores renomados para reforçar a idéia de sujeito social no ensino de línguas, considerando que estamos inseridos em um contexto de uso e discurso, e assim, os locutores devem aceitar o mínimo de regras comuns para que haja, de fato, comunicação entre emissor e receptor.
Coroa (idem) salienta a importância de um ensino de língua focado na comunicação entre sujeitos, que são sujeitos sociais, pois se encontram em uma determinada situação de uso e carregam experiências dos ambientes que estão inseridos. Também se faz necessário acrescentar que a estudiosa além de trabalhar com as concepções do ensino de língua, traz pensadores como Freire para endossar o papel do professor não só como transmissor de conhecimento, mas acima de tudo como sujeito histórico.
Através do seu trabalho, a autora lança reflexões sobre o ensino de língua materna, ao partir do princípio que somos sujeitos sociais e históricos inseridos em um contexto de uso. O texto é o ponto de partida para se trabalhar língua e devemos considerar não só a norma culta no ensino,faz-se necessário mostrar que existem outras variantes, não se pode falar em erro, mas sim em desvio.
Com isso, percebemos o quão preconceituosos somos ao desprezar a linguagem que se faz presente fora dos meios cultos (no sentido de cultura erudita) da sociedade, pois ao trabalharmos com as diferentes variantes da língua, estamos vivenciando-a, mostrando-a em seu uso real.
O terceiro texto traz como foco a lingüística textual e mostra quando essa surgiu e quais foram suas fases. A primeira fase focou na gramática da língua; já a segunda, concebe o texto como unidade de comunicação.
O texto faz sentido se houver uma mensagem, é também importante analisar o contexto de uso: se é um texto para ser escrito ou falado. Deve-se levar em consideração as características dos interlocutores.
Na segunda fase, na década de 70, a lingüística textual incorporou fatores pragmáticos relacionados ao contexto de produção e recepção. Já na década de 80, abandonou-se a visão pragmática e voltou-se a considerar os conhecimentos que a pessoa tem para a produção do texto.
Esse texto focou nas diferenças da língua escrita e falada bem como nos elementos de coesão empregados nos textos. Foram mencionadas as estratégias de construção do texto: inserção e reformulação.
Os três textos salientam a importância de se promover a leitura na escola, e compreender os alunos como sujeitos sociais e históricos que estão inseridos em uma realidade de espaço e tempo, logo carregam bagagens culturais que devem ser consideradas no processo de ensino.

Textos de referência:
1.Diferentes concepções de língua na prática pedagógica (Maria Luiza Monteiro Salles Coroa - UnB);
2.Analisando o texto (Clélia Cândida Abreu Jubran – UNESP/CNPq – www.estacaodaluz.org.br acessado em 17/07/2009);
3.As habilidades de leitura: muito além de uma simples decodificação (Mônica Garcia Barros – www.profala.com acessado em 06/07/2009)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dia 03/09/09: pensando nos planos de estudo.


Dia chuvoso e cheio de preguiça em uma época tumultuada em nossas escolas, pois estamos na véspera das comemorações do 7 de setembro.
Pensando na questão da indenpendência, propuz para as cursistas uma reflexão no sentido de nos libertarmos das listagens de conteúdos gramáticais que preenchem os planos de estudo (que nós mesmas criamos) em nosso município.
Com a caminhada que estamos fazendo com o GESTAR II é impossível iniciarmos um novo ano letivo sem mudarmos radicalmente nossas diretrizes.
No final da década passada, quando recebemos em nossas escolas os Parâmetros Curriculares Nacionais, os recebemos sem muitas explicações, com pouco estudo, apenas com a orientação: usem. Desta forma, poucas de nós tem a lembrança da leitura na íntegra do material e muitos dos exemplares que foram enviados naquela época, já se perdem ou desapareceram das escolas.
Hoje, percebemos a importância dos PCNs e o pouco caso que fizemos deles naquela época. Foi muito mais fácil nos debruçarmos nos livros didáticos e nas gramáticas que tínhamos a nossa disposição para formular os planos de estudo. Além do mais, todos nós fomos formados em nossos cursos de graduação, acreditando no poder da gramática.
Mudar nossas cabeças, a forma de olharmos para nossos alunos, a forma de organizarmos e prepararmos as aulas está sendo um dos maiores méritos que o GESTAR II possui. Mudança: isso é o que estas reflexões em conjuto estão proporcionando.
Decidimos então mudar os planos de estudo.
Para isso, precisamos de instrumentos e argumentos. Lemos e discutimos os textos: Gramática sem decoreba do site da revista Nova Escola e Listagem de conteúdos. É necessário? publicado no jornal Diário de Santa Maria. Revisamos também a Matriz de referência de língua portuguesa da 8ª série, retirada do site de MEC.
Observamos atentamente os gráficos que foram gerados com os resultados obtivos após a avaliação diagnóstica de entrada aplicados nas 5ª, 7ª e 8ª séries da Escola Pinto Ribas (turmas da formadora). Como eles e com a ajuda da supervisão da escola, já foram traçadas novas metas até o final do ano letivo. Percebemos a importância desta investigação, pois as metas traçadas são mais realistas e deixam de ser uma coisa genérica, para serem objetivos planejados para cada realidade. Uma vez que, percebemos as particularidades e as dificuldades de cada turma.
Paralelamente ao curso e como projeto final para ele, vamos definir um novo formato para nossos planos de estudo, baseados nos PCNs, nos descritores de língua portuguesa e principalmente no conhecimento teórico que o GESTAR II está proporcionando todos nós.

Prática docente: Linguística ou Gramática? Qual das duas deve prevalecer na escola?

Texto escrito pela cursista Marly Edy Militz Teixeira

Na minha opinião, a maioria das atividades tem estado mais ligada à gramática. Mas atualmente está se chegando à conclusão que este enfoque deve ser mudado porque o professor não ensina pessoas da mesma classe social e a língua tem variações, dependendo de certas circustâncias como: o que vai ser falado ou escrito; o contexto; o nível social ou profissional de quem fala, ouve ou lê. Deve-se deixar, um pouco de lado as regras gramaticais e exercícios repetitivos e ensinar a língua com dinamismo pois ela não é estática. A língua sofre variações ao longo do tempo e do espaço onde é utilizada. Entretanto, o uso da linguagem correta deve ser sempre ensinado e incentivado pelo professor.

Turma 71: leitura e compreensão de textos.

O curso GESTAR II entre outros instrumentos disponibilizou avaliações diagnósticas de entrada para auxiliar o professor de língua portuguesa a mapear os conhecimentos dos seus alunos. No dia 2 de setembro, 18 alunos da turma 71 realizaram esta avaliação para monitorar seu desempenho em relação a leitura e compreensão de textos. Estas informações são de extrema importância, para que haja um planejamento mais realista na busca de soluções para cada um dos itens analisados. Abaixo estão relacionados cada um dos itens verificados e seus resultados: