Os textos trabalhados nesta etapa reforçam o pensamento acerca do que se discute em relação ao ensino de língua portuguesa, focando na habilidade de leitura e não mais no ensino voltado para a gramática normativa e suas regras.
O artigo de Barros salienta a necessidade da leitura e mostra que leitura não é simplesmente decodificação, está muito além da tradução, pois, requer interpretar, compreender e reter a informação. A autora aborda em seu trabalho várias definições do que vem a ser leitura, destaca autores de diversas áreas do conhecimento e não apenas da área de linguagem.
O trabalho da estudiosa mostra as etapas do processo de leitura, segundo a mesma são quatro as etapas nesse processo: decodificação, compreensão, interpretação e retenção. Ao longo do trabalho, a autora explica o que ocorre em cada etapa bem como as define.
Faz-se importante mencionar que a pesquisadora provoca o leitor através de reflexões, questionando sobre quem são os responsáveis pela leitura na vida dos alunos. Desta forma, ela destaca que os pais têm suma importância nesse processo e não apenas os professores são os responsáveis por isso.
No final de seu trabalho, Barros comenta sobre os pontos positivos e negativos ao se utilizar o livro didático. Ela retoma quando surgiu esse componente utilizado em sala de aula, faz uma retomada histórica sobre a origem. Além disso, encontramos uma avaliação sobre determinado livro didático empregado nas quintas séries do ensino fundamental em Maringá, Paraná.
Durante avaliação do material, ela mostra as etapas da leitura neste livro didático e conclui apresentando as etapas nos exercícios do mesmo livro. Com isso, percebemos que os exercícios abordados no presente material elencam os processos para uma leitura eficaz.
O próximo material, artigo de Coroa( 1999), foca nas concepções de língua que empregamos em sala de aula. Segundo a autora (idem), o texto é o principal componente para o ensino de língua, pois estamos vivenciando-a na prática.
A pesquisadora faz uma rápida retrospectiva a cerca do ensino de línguas ao mostrar as três concepções: com ênfase na palavra, na mensagem e por fim, na interação social.
A autora retoma autores renomados para reforçar a idéia de sujeito social no ensino de línguas, considerando que estamos inseridos em um contexto de uso e discurso, e assim, os locutores devem aceitar o mínimo de regras comuns para que haja, de fato, comunicação entre emissor e receptor.
Coroa (idem) salienta a importância de um ensino de língua focado na comunicação entre sujeitos, que são sujeitos sociais, pois se encontram em uma determinada situação de uso e carregam experiências dos ambientes que estão inseridos. Também se faz necessário acrescentar que a estudiosa além de trabalhar com as concepções do ensino de língua, traz pensadores como Freire para endossar o papel do professor não só como transmissor de conhecimento, mas acima de tudo como sujeito histórico.
Através do seu trabalho, a autora lança reflexões sobre o ensino de língua materna, ao partir do princípio que somos sujeitos sociais e históricos inseridos em um contexto de uso. O texto é o ponto de partida para se trabalhar língua e devemos considerar não só a norma culta no ensino,faz-se necessário mostrar que existem outras variantes, não se pode falar em erro, mas sim em desvio.
Com isso, percebemos o quão preconceituosos somos ao desprezar a linguagem que se faz presente fora dos meios cultos (no sentido de cultura erudita) da sociedade, pois ao trabalharmos com as diferentes variantes da língua, estamos vivenciando-a, mostrando-a em seu uso real.
O terceiro texto traz como foco a lingüística textual e mostra quando essa surgiu e quais foram suas fases. A primeira fase focou na gramática da língua; já a segunda, concebe o texto como unidade de comunicação.
O texto faz sentido se houver uma mensagem, é também importante analisar o contexto de uso: se é um texto para ser escrito ou falado. Deve-se levar em consideração as características dos interlocutores.
Na segunda fase, na década de 70, a lingüística textual incorporou fatores pragmáticos relacionados ao contexto de produção e recepção. Já na década de 80, abandonou-se a visão pragmática e voltou-se a considerar os conhecimentos que a pessoa tem para a produção do texto.
Esse texto focou nas diferenças da língua escrita e falada bem como nos elementos de coesão empregados nos textos. Foram mencionadas as estratégias de construção do texto: inserção e reformulação.
Os três textos salientam a importância de se promover a leitura na escola, e compreender os alunos como sujeitos sociais e históricos que estão inseridos em uma realidade de espaço e tempo, logo carregam bagagens culturais que devem ser consideradas no processo de ensino.
Textos de referência:
1.Diferentes concepções de língua na prática pedagógica (Maria Luiza Monteiro Salles Coroa - UnB);
2.Analisando o texto (Clélia Cândida Abreu Jubran – UNESP/CNPq – www.estacaodaluz.org.br acessado em 17/07/2009);
3.As habilidades de leitura: muito além de uma simples decodificação (Mônica Garcia Barros – www.profala.com acessado em 06/07/2009)