quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dia 24/09/09: trocando figurinhas.

Nosso primeiro encontro após o temporal de granizo do dia 07. As escolas ainda estão sendo reparadas, ainda há muitas coisas para serem feitas. Estamos retomando nossas atividades, nossos trabalhos, nosso rumo, neste que será o ano letivo mais complicado e estranho que já tivemos em Itaara desde sua emancipação.
Em função de tudo isso, de todas as adversidades que passamos, nesta tarde trocamos muitas figurinhas, ou seja, trocamos experiências, planos de aula e muita idéias.
Já havia recomendado para as cursistas a leitura do livro Nada na língua é por acaso de Marcos Bagno. Hoje, utilizamos uma pequena parcela do livro, o capítulo Onde está o dito cujo? (página 193 até 205) para entendermos o mecanismo da organização de um pequeno projeto em sala de aula. Após a leitura do capítulo, houve um amplo debate, cheio de boas idéias. A utilização deste tipo de metodologia poderá ser muito proveitosa neste novo recomeço, pois com muitos alunos que perderam seu material de aula, teremos que partir do zero e estimular a pesquisa, a leitura e a investigação, poderá ser um atrativo e um estímulo.
Retomamos os resultados obtidos com as provas de entrada nas 5ª séries da Escola Pinto Ribas, as ações que foram propostas e a metodologia que foi planejada baseada nas propostas do GESTAR II. A formadora reforçou a impotância da aplicação das provas de entrada para que a investigação dos saberes dos alunos seja melhor detectada. Com a posse destes dados, as mudanças nos planos de estudo serão fundamentadas na realidade de cada escola do município. Trazendo um bom embasamento para privilegiarmos a leitura e a produção de textos. Assim vamos tirar a gramática normativa do foco central dos planos de estudo. Vamos colocá-la como um acessório importante, mas não obrigatório no dia-a-dia de nossas salas de aula.
Outro ponto de discussão, foi a questão do pouco tempo para retomar e concluir o trabalho que estava sendo feito para a prova Brasil. Estes quase 15 dias de interrupção das aulas por causa do temporal de granizo, irão atrapalhar as atividades que haviam sido planejadas. O temor em novamente termos um índice baixo no IDEB é motivo de muita preocupação das professoras das 8ª séries.
A formadora levou exemplos de atividades de seus alunos que foram desenvolvidas a partir de textos e idéias dos AAAs. Reforçando a questão do professor como autor de seu próprio material didático. Um material específico para cada realidade, para cada sala de aula, buscando estimular o aluno a crescer e a construir saberes mais significativos para si. Desta forma podemos trabalhar com as particularidades de cada turma.
O livro didático também foi foco de discussão. Concordamos que os livros que estão sendo usados em nossas escolas não atendem a realidade de nossos alunos. O conteúdo gramatical que consta em cada um deles é bastante extenso e muito desconexo com nossa "listagem de conteúdos". Novamente usamos um trecho livro de Marcos Bagno intitulado Um roteiro para analisar os livros didáticos (página 125 até 140) para verificar que realmente os livros que selecionamos atendem parcialmente aos critérios da variação linguística e que privilegiam de maneira exagerada a gramática normativa. Isso nos serviu de alerta para sermos mais criteriosas e exigentes na próxima campanha do PNLD e não cairmos nas propagandas e na sedução das editoras.
Quando percebemos a tarde havia passado rapidamente e nosso TP5 havia sido muito pouco explorado.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O poder das perguntas

Volta e meia passa na televisão uma propaganda que diz algo assim: “não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”. Se pararmos atentamente para pensar, chegamos à conclusão que é verdade. Neste instante, precisamos também nos remeter a outro lugar: a sala de aula e refletir, não é também disto que precisamos lá?
Mas quando penso em perguntas, não valem aquelas que estão estampadas nos livros didáticos, nos polígrafos ou no material retirado da internet. E por quê? Simples, por elas são confeccionadas para abranger o todo, a grande parcela da população, são em sua maioria perguntas genéricas, sintéticas, que teoricamente qualquer um poderia responder.
Quando penso em perguntas, estou pensando naquelas que são confeccionadas pelo professor, pensando no seu aluno, nos seus saberes, nas suas limitações. Penso naquelas perguntas que farão com que eles possam dar um passo além. Um de cada vez, transformando e ampliando seus saberes.
Sei bem da grande carga horária que a maioria dos professores tem, das jornadas de trabalho exaustivas que muitos possuem e compreendo muito bem que isso é um dos maiores empecilhos na preparação de boas aulas. Mas vamos refletir: se não houver modificação na preparação das aulas, haverá mudança? Se as aulas continuarem sendo preparadas de forma genérica para atender alunos de diferentes escolas e realidades, haverá mudança? Se as aulas não forem pensadas e preparadas, pois existe o livro didático, haverá mudanças?
Precisamos repensar, reavaliar e tentar descobrir onde está o problema. Muitas vezes não é apenas o aluno que é preguiçoso e não quer nada com nada. Muitas vezes, as aulas que são apresentadas a eles, não chatas, desmotivadores e não fazem nenhum sentido para eles. Já pensou nisso?
Minha proposta é simples: vamos nos reinventar! Vamos produzir aulas pensando no rosto de cada aluno. Vamos pensar em aulas que motivem. Vamos pensar em aulas que tenham utilidade prática. Vamos deixar de usar apenas o livro, o giz e o caderno. Sei que minha proposta não é simples e fácil. Pois desacomodar velhos hábitos é uma atitude que aborrece e desagrada muita gente. Mas se não houver um sinal positivo de mudança nos professores, haverá mudança nos alunos?
Lá estão as perguntas! Muitas delas, algumas seguidas de minha opinião, outras não. Vamos pensar na frase que motivou este texto. Vamos incorporá-la a nossa prática profissional. Vamos nos desacomodar. Vamos mudar e esperar as mudanças! Vamos fazer diferente. Pense e ao menos tente, faça sua experiência! Se eu estiver errada, desculpe! Mas se eu estiver certa, aproveite a oportunidade e mude também!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Resenha de Rochele Santos Silva

Os textos trabalhados nesta etapa reforçam o pensamento acerca do que se discute em relação ao ensino de língua portuguesa, focando na habilidade de leitura e não mais no ensino voltado para a gramática normativa e suas regras.
O artigo de Barros salienta a necessidade da leitura e mostra que leitura não é simplesmente decodificação, está muito além da tradução, pois, requer interpretar, compreender e reter a informação. A autora aborda em seu trabalho várias definições do que vem a ser leitura, destaca autores de diversas áreas do conhecimento e não apenas da área de linguagem.
O trabalho da estudiosa mostra as etapas do processo de leitura, segundo a mesma são quatro as etapas nesse processo: decodificação, compreensão, interpretação e retenção. Ao longo do trabalho, a autora explica o que ocorre em cada etapa bem como as define.
Faz-se importante mencionar que a pesquisadora provoca o leitor através de reflexões, questionando sobre quem são os responsáveis pela leitura na vida dos alunos. Desta forma, ela destaca que os pais têm suma importância nesse processo e não apenas os professores são os responsáveis por isso.
No final de seu trabalho, Barros comenta sobre os pontos positivos e negativos ao se utilizar o livro didático. Ela retoma quando surgiu esse componente utilizado em sala de aula, faz uma retomada histórica sobre a origem. Além disso, encontramos uma avaliação sobre determinado livro didático empregado nas quintas séries do ensino fundamental em Maringá, Paraná.
Durante avaliação do material, ela mostra as etapas da leitura neste livro didático e conclui apresentando as etapas nos exercícios do mesmo livro. Com isso, percebemos que os exercícios abordados no presente material elencam os processos para uma leitura eficaz.
O próximo material, artigo de Coroa( 1999), foca nas concepções de língua que empregamos em sala de aula. Segundo a autora (idem), o texto é o principal componente para o ensino de língua, pois estamos vivenciando-a na prática.
A pesquisadora faz uma rápida retrospectiva a cerca do ensino de línguas ao mostrar as três concepções: com ênfase na palavra, na mensagem e por fim, na interação social.
A autora retoma autores renomados para reforçar a idéia de sujeito social no ensino de línguas, considerando que estamos inseridos em um contexto de uso e discurso, e assim, os locutores devem aceitar o mínimo de regras comuns para que haja, de fato, comunicação entre emissor e receptor.
Coroa (idem) salienta a importância de um ensino de língua focado na comunicação entre sujeitos, que são sujeitos sociais, pois se encontram em uma determinada situação de uso e carregam experiências dos ambientes que estão inseridos. Também se faz necessário acrescentar que a estudiosa além de trabalhar com as concepções do ensino de língua, traz pensadores como Freire para endossar o papel do professor não só como transmissor de conhecimento, mas acima de tudo como sujeito histórico.
Através do seu trabalho, a autora lança reflexões sobre o ensino de língua materna, ao partir do princípio que somos sujeitos sociais e históricos inseridos em um contexto de uso. O texto é o ponto de partida para se trabalhar língua e devemos considerar não só a norma culta no ensino,faz-se necessário mostrar que existem outras variantes, não se pode falar em erro, mas sim em desvio.
Com isso, percebemos o quão preconceituosos somos ao desprezar a linguagem que se faz presente fora dos meios cultos (no sentido de cultura erudita) da sociedade, pois ao trabalharmos com as diferentes variantes da língua, estamos vivenciando-a, mostrando-a em seu uso real.
O terceiro texto traz como foco a lingüística textual e mostra quando essa surgiu e quais foram suas fases. A primeira fase focou na gramática da língua; já a segunda, concebe o texto como unidade de comunicação.
O texto faz sentido se houver uma mensagem, é também importante analisar o contexto de uso: se é um texto para ser escrito ou falado. Deve-se levar em consideração as características dos interlocutores.
Na segunda fase, na década de 70, a lingüística textual incorporou fatores pragmáticos relacionados ao contexto de produção e recepção. Já na década de 80, abandonou-se a visão pragmática e voltou-se a considerar os conhecimentos que a pessoa tem para a produção do texto.
Esse texto focou nas diferenças da língua escrita e falada bem como nos elementos de coesão empregados nos textos. Foram mencionadas as estratégias de construção do texto: inserção e reformulação.
Os três textos salientam a importância de se promover a leitura na escola, e compreender os alunos como sujeitos sociais e históricos que estão inseridos em uma realidade de espaço e tempo, logo carregam bagagens culturais que devem ser consideradas no processo de ensino.

Textos de referência:
1.Diferentes concepções de língua na prática pedagógica (Maria Luiza Monteiro Salles Coroa - UnB);
2.Analisando o texto (Clélia Cândida Abreu Jubran – UNESP/CNPq – www.estacaodaluz.org.br acessado em 17/07/2009);
3.As habilidades de leitura: muito além de uma simples decodificação (Mônica Garcia Barros – www.profala.com acessado em 06/07/2009)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dia 03/09/09: pensando nos planos de estudo.


Dia chuvoso e cheio de preguiça em uma época tumultuada em nossas escolas, pois estamos na véspera das comemorações do 7 de setembro.
Pensando na questão da indenpendência, propuz para as cursistas uma reflexão no sentido de nos libertarmos das listagens de conteúdos gramáticais que preenchem os planos de estudo (que nós mesmas criamos) em nosso município.
Com a caminhada que estamos fazendo com o GESTAR II é impossível iniciarmos um novo ano letivo sem mudarmos radicalmente nossas diretrizes.
No final da década passada, quando recebemos em nossas escolas os Parâmetros Curriculares Nacionais, os recebemos sem muitas explicações, com pouco estudo, apenas com a orientação: usem. Desta forma, poucas de nós tem a lembrança da leitura na íntegra do material e muitos dos exemplares que foram enviados naquela época, já se perdem ou desapareceram das escolas.
Hoje, percebemos a importância dos PCNs e o pouco caso que fizemos deles naquela época. Foi muito mais fácil nos debruçarmos nos livros didáticos e nas gramáticas que tínhamos a nossa disposição para formular os planos de estudo. Além do mais, todos nós fomos formados em nossos cursos de graduação, acreditando no poder da gramática.
Mudar nossas cabeças, a forma de olharmos para nossos alunos, a forma de organizarmos e prepararmos as aulas está sendo um dos maiores méritos que o GESTAR II possui. Mudança: isso é o que estas reflexões em conjuto estão proporcionando.
Decidimos então mudar os planos de estudo.
Para isso, precisamos de instrumentos e argumentos. Lemos e discutimos os textos: Gramática sem decoreba do site da revista Nova Escola e Listagem de conteúdos. É necessário? publicado no jornal Diário de Santa Maria. Revisamos também a Matriz de referência de língua portuguesa da 8ª série, retirada do site de MEC.
Observamos atentamente os gráficos que foram gerados com os resultados obtivos após a avaliação diagnóstica de entrada aplicados nas 5ª, 7ª e 8ª séries da Escola Pinto Ribas (turmas da formadora). Como eles e com a ajuda da supervisão da escola, já foram traçadas novas metas até o final do ano letivo. Percebemos a importância desta investigação, pois as metas traçadas são mais realistas e deixam de ser uma coisa genérica, para serem objetivos planejados para cada realidade. Uma vez que, percebemos as particularidades e as dificuldades de cada turma.
Paralelamente ao curso e como projeto final para ele, vamos definir um novo formato para nossos planos de estudo, baseados nos PCNs, nos descritores de língua portuguesa e principalmente no conhecimento teórico que o GESTAR II está proporcionando todos nós.

Prática docente: Linguística ou Gramática? Qual das duas deve prevalecer na escola?

Texto escrito pela cursista Marly Edy Militz Teixeira

Na minha opinião, a maioria das atividades tem estado mais ligada à gramática. Mas atualmente está se chegando à conclusão que este enfoque deve ser mudado porque o professor não ensina pessoas da mesma classe social e a língua tem variações, dependendo de certas circustâncias como: o que vai ser falado ou escrito; o contexto; o nível social ou profissional de quem fala, ouve ou lê. Deve-se deixar, um pouco de lado as regras gramaticais e exercícios repetitivos e ensinar a língua com dinamismo pois ela não é estática. A língua sofre variações ao longo do tempo e do espaço onde é utilizada. Entretanto, o uso da linguagem correta deve ser sempre ensinado e incentivado pelo professor.

Turma 71: leitura e compreensão de textos.

O curso GESTAR II entre outros instrumentos disponibilizou avaliações diagnósticas de entrada para auxiliar o professor de língua portuguesa a mapear os conhecimentos dos seus alunos. No dia 2 de setembro, 18 alunos da turma 71 realizaram esta avaliação para monitorar seu desempenho em relação a leitura e compreensão de textos. Estas informações são de extrema importância, para que haja um planejamento mais realista na busca de soluções para cada um dos itens analisados. Abaixo estão relacionados cada um dos itens verificados e seus resultados:












Turma 72: leitura e compreensão de textos.

O curso GESTAR II entre outros instrumentos disponibilizou avaliações diagnósticas de entrada para auxiliar o professor de língua portuguesa a mapear os conhecimentos dos seus alunos. No dia 2 de setembro, 16 alunos da turma 72 realizaram esta avaliação para monitorar seu desempenho em relação a leitura e compreensão de textos. Estas informações são de extrema importância, para que haja um planejamento mais realista na busca de soluções para cada um dos itens analisados. Abaixo estão relacionados cada um dos itens verificados e seus resultados: