segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dia 26/11/09: a chegada!

Quando iniciamos nossa caminhada de estudo do GESTAR II em junho, vislumbrávamos uma distante chegada. Agora ela é real e se concretizou nesta tarde quente em Itaara. Hoje, fechamos nosso cronograma de encontros. Atingimos a meta dos 20 encontros, ou seja, às 80 horas de estudos presenciais necessárias para o curso.
Mas concluímos que 80 horas não foram suficientes para desenvolvermos tudo o que tínhamos planejado. Por isso outros encontros já estão agendados ainda neste ano letivo.
Para o próximo ano, o grupo de professores de língua portuguesa continuará com os encontros. Pois vimos como é importante nos reunirmos, planejarmos, trocarmos experiências. Dentre tantas coisas boas que o curso nos trouxe, este foi uma delas: a certeza que precisamos ser parceiros e estamos sempre unidos e dialogando, independente da escola em que estivemos lotados.
Então nossa tarde foi assim, um pouco de alívio e um pouco de nostalgia. Mas focamos no nosso projeto conjunto de reformulação dos planos de estudo e foi nesta perspectiva que trabalhamos durante toda a tarde.
Revisamos os pontos significativos de cada um dos TPs, relemos trechos do PCN de língua portuguesa. Revisamos artigos que formam trabalhados durante o curso e folhamos muitos livros. Este material é a base teórica para a reformulação que se iniciou nesta tarde.
Muitas dúvidas sugiram no decorrer da tarde. Muitas mesmo. Mas com calma, pesquisa e novas leituras, temos a convicção que acharemos em conjunto boas soluções.
Iniciamos o rascunho do nosso projeto e dos planos de estudo especificamente. Muitas idéias foram trocadas. Muitas sugestões discutidas e pensadas em grupo. Novas formas de organização e de registros das atividades foram sugeridas. Nossos novos conhecimentos foram colocados em xeque por nós mesmos. Mas acho que estamos afinados em nossa lição.
Claramente percebe-se que o GESTAR II semeou belos frutos. Agora cabe a cada um de nós implementar estes novos conhecimentos na sua prática diária, no seu fazer pedagógico. Se isso tudo o que foi semeado vingar, certamente temos belos frutos para colher no futuro. E a comunidade sentirá, a longo prazo, o quão boas são estas mudanças que começam a ser semeadas na terra fértil de Itaara.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dia 17/11/09: a tarde das maçãs!

Mais uma tarde de estudos em Itaara. Nesta tarde, levei para as cursistas maçãs de presente. Esta idéia surgiu após o relato da Profª Carla em relação a seu desejo de receber a fruta como uma homenagem, pois em histórias em quadrinhos e memórias antigas, são as maçãs que representam o carinho e a afeição dos alunos com seus professores. Então, aproveitei este símbolo para demonstrar o meu carinho e gratidão as minhas colegas que dedicaram ao longo este ano, muitas de suas tardes para o GESTAR II.
Como reflexão inicial, assistimos uma apresentação de slides com o poema “Aula de português” de Carlos Drummond de Andrade, para juntas refletirmos que não podemos mais ser e muito menos agir como o professor do poeta. Precisamos mudar para resgatar junto de nossos alunos, a beleza das palavras e o encantamento da leitura.
Após esta reflexão, partimos para o estudo detalhado do TP2. Retomamos os conceitos dos três tipos de gramática (interna, descritiva e normativa) e suas aplicabilidades práticas em sala de aula. Retomei a fala de que uma gramática não pode ser mais importante que outra, que as três possuem espaço nas aulas de português e que precisamos nos apoiar nelas para planejar e fundamentar nossa prática pedagógica.
Retomamos conceitos como os de frase, oração e período para discutirmos as várias possibilidades de organização de uma frase e de um parágrafo. E deste modo, as diferentes possibilidades que estas estruturas nos dão para a produção de textos. Assim, os alunos podem trabalhar diferentes gêneros textuais a partir de uma frase em situações diversas com o uso da língua.
Retomamos também o conceito de arte e de como ela pode propiciar um trabalho ligado a cultura local, regional e nacional, ampliando os horizontes e a visão de mundo de nossos alunos. Associar arte a linguagem figurada é outro caminho que temos para enriquecer o repertório lingüístico e o conhecimento de nossos alunos. Demonstrando por exemplo, que todos nós produzimos nas mais diferentes situações metáforas, metonímias, comparações, ironias e as mais diversas figuras de linguagem em nossos relatos orais. Em função disso, nossos alunos são capazes de produzir também textos com estes recursos.
Finalizamos o TP2, olhando as atividades dos avançando na prática e marcando a data de entrega desta tarefa. Salientei com as cursistas a importância de continuarmos neste ano letivo nos encontrando, mesmo com o cronograma do GESTAR II finalizado. Pois muitos assuntos e dúvidas na aplicação das atividades e no desenvolvimento do projeto ainda poderão surgir. Em função disso, marcamos alguns encontros extras ao cronograma.
Sugeri para as cursistas a leitura de dois livros que levei em nossa tarde de estudos e que servirão para ajudar a orientar nossa “nova” prática de ensino de língua materna. São eles: “O livro de receitas do Professor de Português” de Carla Viana Coscarelli e “A construção da leitura e da escrita” de Márcia Bortone e Cátia Martins.
Antes de concluirmos a tarde analisamos o plano de aula “Ensine a turma a fazer relações entre textos com diferentes opiniões”, retirado do site da revista Nova Escola. E fizemos a leitura do texto “Planejando o ensino de língua” de Heloisa Amaral, retirado do site “escrevendo.cenpec.org.br”. Este último texto semeia idéias importantes a serem amadurecidas em relação a reestruturação dos nossos planos de estudo.
Finalizamos a tarde planejando o nosso próximo encontro que será dedicado ao projeto final do GESTAR II. Sugeri que as cursistas tragam todo o material relevante e importante que tenham para este encontro, bem como a leitura do artigo “Novas perspectivas no ensino de língua portuguesa” de Cristian Wagner de Souza, retirado do site “http://www.unifia.edu.br/”.

domingo, 15 de novembro de 2009

Dia 12/11/09: O leitor - comentário de filme.

O filme retrata de forma bem peculiar a importância da leitura em um contexto que mostra a necessidade da alfabetização como solução para os problemas vivenciados pela protagonista. Hanna é uma mulher que se envergonha de não dominar a escrita e não permite que as pessoas saibam da verdade, prefere ser condenada à morte a revelar seu segredo. Michael, seu amante, não sabe do fato e exerce a função de leitor, lê livros para Hanna e ela mergulha no universo da leitura envolvida pelas palavras de Michael.
Hanna não deseja que ninguém saiba da história real, então, acaba por se declarar culpada ao confessar a autoria de um livro assim que o juiz pede para que ela mostre sua caligrafia. Tamanha sua vergonha diante de ser analfabeta, prefere ser condenada à prisão perpétua a contar que não havia escrito o livro, uma vez que não sabia ler e escrever.
Na prisão, a protagonista começa a procurar meios de aprender a ler. Michael envia-lhe fitas cassetes narrando as histórias dos livros e ela passa a procurar as palavras nos livros. Desta forma, começa seu processo de alfabetização, superando as condições adversas e vencendo seus limites.
A vontade de superar suas privações é tão grande que ela mesma procura um caminho a ser percorrido. No filme, pode-se perceber que a leitura tem um papel fundamental e decisivo na vida do ser humano, podendo mudar até mesmo o destino dos personagens.
Hanna representa o desejo de mudança de uma situação que só poderá ser modificada pela sua própria força de vontade. E ao mesmo tempo, mostra a vergonha incutida em não dominar o mundo das letras, que pode ser entendido como um novo mundo, repleto de esperança e oportunidades.
Rochele Santos Silva

domingo, 8 de novembro de 2009

Dia 05/11/09: uma chuva de idéias!

Antes da chuva chegar, tivemos uma ótima tarde de encontro onde houve um outro tipo de chuva: uma brainstorming. Ela foi provocada pelo texto “Orientações didáticas sobre leitura” retirada do site da revista Nova Escola. E uma boa parte de nossas discussões e trocas de idéias surgiram neste momento. Foram as mais diferentes idéias, desde uso do dicionário até sugestões de trabalhos relacionados a leitura.
Passei para as cursistas um modelo de tabuleiro para organização de um jogo de leitura. Esta sugestão está no AAA5 versão do professor e utilizando este material, discutimos variações de utilização do tabuleiro do jogo e a criação em conjunto com as turmas para a criação de regras para cada jogo que for proposto.
Depois de nossa brainstorming, passamos para o TP1. Retomamos e recordamos diferentes e importantes conceitos sobre cultura e variação linguística. Ressaltei a importância de não criarmos dentro de nossas salas de aula um ambiente de preconceito lingüístico, pelo contrário, nossa missão é desfazer estes equívocos e mostrar que não há certo ou errado na língua, o que há são diferenças.
Valorizar a linguagem oral, a discussão, a troca de experiências é extremamente importante na aula de língua portuguesa, assim como a leitura oral solitária e em conjunto. Aspectos como estes precisam ser reavaliados e revistos por todos os professores como aspectos transformadores de ação e não como “bagunça” como muitos vêem dentro das escolas.
Este TP estimula também a reflexão na questão da importância que um texto deve ter na aula de português. Usando uma fotografia (página 103) deste TP, procurei iniciar a discussão: “O que é texto?”, para mostrar diferentes possibilidades de trabalho e que os mais diferentes gêneros textuais precisam freqüentar nossas salas de aula. Além de reforçar a idéia de que texto é tudo o há sentido e informação dentro de um contexto e isso deve e precisa ser mais explorado em sala de aula. Falamos também do pacto de leitura e de sua importância dentro desse contexto diário dentro das nossas escolas.
Retomamos o conceito de intertextualidade e as diferentes maneiras que ela acontece relacionando os textos. Falamos também do ponto de vista e da importância de exercitarmos como os alunos a mudança de ponto de vista. Esse exercício é uma importante forma de cidadania e de tolerância, coisas que precisam ser melhor e mais trabalhadas com os alunos de uma forma em geral.
Verificamos as atividades dos avançando na prática e avaliamos quais as mais adequadas aos nossos alunos e as séries que eles estão.
Continuamos nossa tarde lendo os textos de Nova Escola: “O que cada um sabe”; “Diagnóstico Inicial” e “Projeto biografias e autobiografias”. Estes textos serviram para um novo debate sobre a importância de conhecer e diagnosticar as dificuldades e problemas de nossos alunos caso a caso. Avaliamos que este tipo de prática é trabalhosa, mas extremamente significativa, pois faz com que os professores saiam da zona do achismo e tenham um embasamento para planejar, discutir e defender suas decisões em sala de aula, assim como o caminho e o rumo que cada ano letivo irá ter.
Terminamos nossa tarde da mesma maneira que iniciamos, com uma imensa brainstorming, de troca de experiências e idéias novas para nossas salas de aula.