quarta-feira, 27 de abril de 2011

Formação continuada: um problema ou uma solução?

Após a leitura do texto “Pesquisa colaborativa: uma alternativa na formação do professor para as mídias” da Professora Sheila Guimarães, reafirmei a certeza de que a falha na formação docente em relação às mídias está no início de seu processo dentro das faculdades de educação. E que esta falha persiste e muitas vezes perpetua-se durante sua vida profissional em função de formações continuadas vazias. Onde os programas organizados vem ao encontro de um orçamento e não da real vontade dos profissionais que irão freqüentar este espaço.
Minha experiência com este tipo de formação, aponta para um caminho de mão única e inócuo para a prática docente. Muitas vezes (mesmo durante este curso) defendi a idéia de que é necessário que haja um mapeamento dos saberes dos profissionais da escola em relação a seus conhecimentos digitais e midiáticos, para que com os resultados, haja um planejamento mais efetivo e específico da formação continuada oferecida.
Neste aspecto, a pesquisa colaborativa casaria perfeitamente com a formação organizada pelas escolas ou pelas secretarias de educação. E com isso, professores e alunos destas redes só teriam a ganhar. Pois uma legião de ciberexcluídos iria desaparecer. E neste amplo grupo, estou incluindo professores e alunos, uma vez que se não há uma formação que vá ao encontro dos anseios do profissional, como irá acontecer a mudança de paradigma na educação brasileira?
Pouco adianta a escola receber equipamentos modernos se seus professores não sabem usá-los. A crítica de pesquisadores e estudiosos citada no texto, é mais um dos muitos motivos no rol da desvalorização do professor. Uma vez criticado, acuado este profissional não sente-se valorizado para buscar as mudanças. O olhar sobre o professor, como culpado e vilão sobre o fracasso da educação nacional precisa mudar! Ele precisa ser incentivado, ouvido e valorizado. Para desta forma ele buscar, refletir, informar-se, pesquisar e principalmente atualizar-se.
Então, é preciso estar atento para as escolas e não fazer vistas grossas ao que está acontecendo dentro delas. É preciso monitorar a inovação conservadora, é preciso preocupar-se com o uso indevido do rádio e da TV. É preciso ir para dentro das escolas. Pisar no chão e conhecer os anseios das comunidades. Para daí, fazer um mapeamento do que acontece. Buscar, refletir e pensar soluções para cada problema e assim, ao poucos, começar a mudar o cenário. Começar a fazer a diferença dentro do universo de cada professor, do universo de cada escola dos diferentes cantos deste nosso imenso país.