quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Núcleo de Educação de Jovens e Adultos de Itaara-RS - NEJA: a prova de certificação

Neste ano de 2013, o Núcleo de Educação de Jovens e Adultos de Itaara-RS - NEJA, oferecerá a comunidade de Itaara e região uma oportunidade diferenciada de conclusão do ensino fundamental para jovens e adultos que não tiveram ou não conseguiram concluir seus estudos na idade adequada: a prova de certificação para conclusão do ensino fundamental. 

Esta prova contará com a participação aproximada de 150 pessoas, que desejam concluir seus estudos de forma rápida e eficiente. Para isso, durante o mês de outubro houveram as inscrições dos candidatos que irão realizar as provas nos dias 2 e 3 de dezembro.  Estas provas são diferentes das provas aplicadas na modalidade "fracionado com programa" oferecidas durante o ano letivo no NEJA, pois elas englobam os conteúdos de todas as séries do ensino fundamental nas seguintes disciplinas: língua portuguesa, língua inglesa, história, matemática, ciências e geografia. No ato de sua inscrição, o candidato recebeu a listagem dos conteúdos mínimos necessários para estudar de forma autônoma em sua própria casa. 

O NEJA já é uma modalidade diferencia e oferece a oportunidade para jovens e adultos acima dos 15 anos recuperarem o tempo perdido em relação a seus estudos. Com estas ações, a equipe diretiva e a equipe docente do NEJA, estão procurando diminuir as lacunas educacionais que acontecem na vida de muitos cidadãos de nosso município e região.

É nosso objetivo principal, oferecer estas oportunidades aos jovens e adultos que precisam diminuir sua defasagem educacional, para buscarem melhores opções no mercado de trabalho ou dar continuidade a sua educação formal. 

Se você precisa concluir o ensino fundamental, procure-nos. Certamente encontraremos alternativas para você voltar a estudar e alcançar seus objetivos. Trabalhamos nas dependências da E.M.E.F. Euclides Pinto Ribas, de segunda a quinta-feira, das 18:30 às 20:50 em Itaara-RS. 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Tempo, tempo, tempo...



Há coisas que realmente não fazem sentido na vida. Há coisas difíceis de descobrir ou decifrar. Já faz tempo que penso sobre isso e não consigo chegar a nenhuma conclusão.
O tempo, por exemplo, é um destes mistérios. Ele faz com que a fúria se acalme, com que a paixão seja domada, com que a dor diminua. Mas o tempo também pode produzir efeito contrário, pois há o tempo que aumenta a indignação, que faz a voz ser mais alta, que remove as lembranças, que cria a explosão.
E quando o tempo e a explosão se encontram...podem fazer uma devastação. Palavras ásperas são ditas, gestos indesejáveis aparecem e junto aparecem os rompimentos, a dor e as feridas. Bom mesmo é quando o tempo é usado como conciliador. Há perdão, emoção, palavras doces e muitas vezes, elos reconstruídos.
Mas não há como prever o efeito do tempo. Também não há como prever os acontecimentos que ele trará para nossas vidas. Seria ingênuo programar as emoções para cada variação do tempo: da tempestade até a brisa.
Como nada disso faz sentido, espero que haja reflexão. Haver sentido, fazer sentido...nada é e nada faz. O que podemos fazer? Sei lá...talvez pensar!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Santa Maria, uma cidade de absurdos!




Certa vez ouvi um governante de Santa Maria, com seus punhos cerrados, esbravejar: “absurdo! Isso é um absurdo!” Relembrando aquela cena, creio que hoje, concordo com ele. Sim, Santa Maria é uma cidade de absurdos!
E por quê? Porque é absurdo às sete e meia da manhã, pegarmos longos engarrafamentos para irmos trabalhar. É absurdo, precisar escolher qual é o menor buraco para passar a roda do carro, em suas principais vias.  É absurdo, o preço do transporte coletivo pelo serviço que é oferecido ao passageiro. É absurdo, o pedestre não ter em muitas ruas da cidade, calçadas para transitar. É absurdo, os moradores no entorno de algumas praças não poderem dormir a noite. É absurdo, haver uma tragédia para a fiscalização sair às ruas caçando bruxas.
Por falar nisso, é absurdo também, as autoridades desta cidade tentarem minimizar suas falhas, taxando de fatalidade o que foi uma tragédia. É absurdo o jogo de empurra-empurra que foi protagonizado por estas autoridades nas redes de comunicação, tentado se isentarem das suas responsabilidades. É absurdo a justiça parecer injusta. Meu Deus! Quantos absurdos!
Mas o absurdo que a dor provocou em milhares de santa-marienses, este deve que ser superado? E o mais breve possível, é claro?! Afinal, o luto não deve durar! O luto e a indignação da população são indigestos a estes governantes.
Santa Maria realmente está cheia de absurdos. E o pior, sempre há alguém pra justifica-los, para tirar o “corpo e a responsabilidade fora” de tais situações. O efetivo é reduzido para a fiscalização? Façam concurso público para amenizar esta situação. Mas há a famigerada lei de responsabilidade fiscal, que é usada como desculpa para que os concursos não ocorram. Para isso, na minha opinião, a solução é simples: parem de gastar em publicidade! Parem de contratar o filho do amigo para aquele cargo em comissão. Parem de desperdiçar o nosso dinheiro!
Absurdos, absurdos e absurdos...nossa cidade está sendo construída e administrada assim? Uma pena! Santa Maria é uma excelente cidade, com um povo batalhador, prestativo, mobilizado e principalmente: humano. Uma pena que as pessoas que nos representam não tenham humildade suficiente para perceber isso e continuem usando a demagogia política para encobrir suas falhas!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Por favor, não culpem somente os professores!


Nesta semana de divulgação dos índices do IDEB/2011 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), estou vendo muitas pessoas correrem para a impressa dar explicações de forma precipitada. Peço apenas uma coisa: por favor, não culpem somente os professores! Eles não são o problema, mas fazem parte dele.
Digo isso porque existem muitas políticas públicas nacionais, estaduais e municipais equivocadas e que são sem dúvida, grande parte do “imbróglio” educacional de nosso país. Uma destas questões para mim é a recomendação do MEC para que não ocorra reprovação nos três primeiros anos do ensino fundamental.
Na prática tenho visto as enormes lacunas que esta recomendação está provocando na vida escolar de muitas crianças. Aprendizagens desiguais, de crianças que (por diversos fatores) tem ritmos diferentes, são equiparadas com esta determinação. Isso gera em uma sala de aula, um aluno que lê e escreve cedo e alunos que nem desenham as letras de seu nome na mesma sala. E são todos aprovados, gerando os 65% de pessoas não alfabetizadas plenamente ao final do ensino médio, segundo o Jornal Nacional de 14.08.12.
Outra questão importante de ser discutida é a confusão que existe e transforma em sinônimos as palavras: QUANTIDADE e QUALIDADE.  De forma geral, estou vendo ministros e secretários de educação dizendo que a solução para a falta de qualidade do ensino público é a implementação de escolas de tempo integral. Na prática, isso nada tem haver com qualidade de ensino. Isso é quantidade de tempo, em uma escola pública sem estrutura e com o mesmo corpo docente. Ou seja, mais uma vez a escola tem a QUANTIDADE de obrigações aumentadas, sendo maquiadas para a população como QUALIDADE de ensino e aprendizagem.
Com tudo isso não quero dizer que os professores não tem sua parcela de “culpa” nos baixos ou altos resultados do IDEB. Tem sim, e dentro de suas salas de aula todos tem consciência de seus acertos e erros. Mas se tivéssemos políticas públicas sem discursos eleitoreiros e com metas e formação (ou reciclagem) docente bem definidas, não precisaríamos estar procurando vilões e bandidos nesta hora.
Precisamos ver nossas escolas com lente de aumento, sem interferência política. Com a família e a comunidade, em que esta escola está inserida, presentes na vida escola dos alunos como um todo, como parceiras e não como rivais.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Nossas palmas para vocês!!!



Há dois anos trabalhando no NEJA de Itaara, tenho colecionado maravilhosas histórias de superação e de vontade de mudar. Muitos de nossos alunos (cada qual com seus motivos) tiveram que parar de estudar jovens e hoje, buscam com nossa ajuda, mudar através da volta aos estudos melhores condições de vida, melhores salários ou meramente aprender o que não conseguiram anos antes.
E nesta direção de retomada dos estudos e em muitos casos também, de retomada das rédeas de suas vidas, percebemos que o conhecimento de mundo (como já pregava meu querido Paulo Freire!) faz realmente uma grande diferença na aprendizagem de nossos alunos. Um exemplo disso é ver uma mãe e um filho estudando juntos. Ela auxilia e conduz seu filho muito mais sabiamente do que ele a ela!
E nesta busca de subir degraus na vida, recentemente foi oferecido aos nossos alunos de Itaara uma chance de em uma única prova (realizada em Júlio de Castilhos no dia 02.06.12), concluírem o ensino fundamental. Muitos se agarraram a esta chance e os frutos disso duas alunas irão colher em sua plenitude e a grande maioria dos alunos inscritos parcialmente. Por isso: nossas palmas para vocês!!!
 Realmente todos merecem palmas por ter a coragem de resgatar uma lacuna que ficou no passado e terem a coragem (mesmo fora da idade escolar) de buscarem muito mais do aprendizagem, buscarem conhecimento e terem a maturidade de saber aplicá-lo.
            Por isso trabalhar com o NEJA é uma experiência tão gratificante. Nós professores saímos na maioria das noites de lá com um largo sorriso e muitas histórias para compartilhar. Mas hoje a moral da minha história é: vale a pena tentar e vale muito mais a pena ainda, arriscar para buscar o que a vida (ou a imaturidade) fez com que a gente deixasse para trás, a importante e a estimada certeza de dizer EU SEI PORQUE EU ESTUDEI!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Eram dois


      Eles estavam presos mais uma vez, dentro de sua cabana. Lá eles sonhavam, brincavam e se divertiam muito, mas havia alguns problemas! E quando os problemas apareciam, lá iam eles se emburacar em sua cabana, como se ela fosse um porto seguro, um local onde os problemas não entravam.
      Mas ser gêmeo é um problema! Ainda mais gêmeos idênticos pois quando um aprontava, muitas vezes era o outro que levava a culpa. Mas eles foram levando suas vidas assim...aos trancos e barrancos, mas com muita felicidade e cumplicidade.
      Um dia já lá longe...na fase da adolescência, chegou em suas vidas uma bela flor. E a flor mostrou seu encanto e lançou seu pólem em vários e desavisados corações. E lá estavam eles, mais uma vez em sua cabana enamorados pela mesma flor.
      Então a cabana já estava pequena. Eles insistiam, mas seus corpos, seus pensamentos e seus corações já não cabiam mais naquele espaço. E jovens corações machucados parecem ser maiores do que realmente são. Mas eles não pensavam assim. E na ânsia de manter aquela bela flor em seu jardim, um feriu o outro e o que eram dois virou um só. E só ficou. Sem irmão, sem flor e sem refúgio. Pois sua cabana alegre e segura, virou uma cela fétida e úmida.

domingo, 13 de maio de 2012

E lá foi ela.


 
Munida de lanterna, panos, água e álcool, lá foi ela em direção a parada de ônibus que fica a poucos metros de sua casa e de duas escolas da região.
            Todos os dias ao usar este espaço, ficava indignada com a “sujeira” deixada pelos estudantes: litros e litros de corretivo gastos para registrar mensagens e palavrões, além de muitas canetinhas gastas para este mesmo fim. Ficava chateada ao ver o descaso com os lugares públicos e ficava também com pena dos pais, que compravam material (muitas vezes com imenso esforço) para seus filhos literalmente colocarem fora.
            Mas ela nunca foi uma mulher conformada com este tipo de situação. Ela sempre foi uma mulher de ação. E com este intuito, lá foi ela uma noite e de forma anônima, para a parada de ônibus que diariamente frequentava. Álcool, água, panos e boa vontade foram seus antídotos para pelo menos ali, naquele pequeno espaço, ela pudesse mostrar sua indignação com a situação, limpando aquele local.
            Por quanto tempo a parada de ônibus ficará limpa?
            Que esta pergunta sirva de reflexão para os estudantes que também frequentam este lugar. E que eles adquiram a consciência de que espaços públicos são de todos e não devem ser maltratados. Pois certamente em suas casas e escolas eles são instruídos a não terem esta atitude de vandalismo com o que é público.
            Espero não precisar mais ver aquela jovem mulher repetindo aquele belo gesto anônimo de cidadania e respeito pelas coisas coletivas da cidade onde mora. Espero daqui para frente ter uma cidade mais limpa e muito mais bela com a ajuda e o cuidado de todos.


Bete
Que tu possas servir de inspiração
para muitas outras pessoas!
Com carinho
Lu Mello