domingo, 22 de abril de 2012

É possível uma sociedade sem drogas?


Nos milhares de pequenos municípios deste país, conseguimos ver um retrato cruel do descaso do poder público com a população. Três pontos básicos, cheios de promessas durantes as campanhas eleitorais, são os principais pilares sociais esquecidos após o governante assumir seu cargo, são eles: saúde, educação e segurança pública. É ingênuo achar que estas três áreas não estão interligadas. Estão sim, e a cada dia vemos através dos meios de comunicação que a falha em uma, prejudica as demais.
É impossível ter uma boa escola, com alunos doentes e inseguros. E a droga é a principal doença que assola nossa sociedade, nossas escolas, nossas ruas. São diversos e diferentes tipos de drogas. Na minha visão leiga, as classifico em dois tipos: as que matam rápido, como o crack, por exemplo, e as que matam lentamente, como o álcool e o cigarro. Mas todas elas, independente de sua classificação científica, causam danos irreparáveis para a sociedade.
Mas uma vez repito: e os que fazem os governantes para acabar ou amenizar com o problema? Muito pouco. Pois os três principais pilares que sustentam a sociedade estão ruindo. No tipo de município que me referi no inicio do texto, são milhares de habitantes para um efetivo de menos de uma dezena de policiais.  A saúde é tratada com o mal da “ambulâncioterapia”. E em muitos casos a família que deveria proteger é quem inicia os adolescentes no uso de drogas, incentivando e ofertando álcool em suas reuniões sociais.
A escola nestas horas fica pequena, tentando dar conta de todas as novas demandas que surgiram e os novos papéis que seus profissionais foram obrigados a assumir. Lá, dentro dos muros, se tenta driblar a inimiga droga, mas ela é forte e sedutora. Além do que ela está muito disponível nos bares, esquinas e quem sabe, até na casa do vizinho.
É muito difícil vencer um inimigo quando não se está em igualdade de condições. Orientar é a única maneira viável existente até o momento e deste papel as escolas não se isentam. Mas é necessário que drogas, como o álcool e a maconha, deixem de ser alento para muitas pessoas e principalmente para “os/as chefes” de famílias. É necessário que existam clínicas e hospitais que possam tratar as pessoas. É necessário que haja mais repressão aos traficantes. É necessário que as pessoas que foram eleitas deixem de encher suas “malas e cuecas” de dinheiro e passem a investir nos direitos que estão sendo negligenciados para a população.
E voltamos ao ponto central: há vontade política? Creio que não. É possível uma sociedade sem drogas? Dificilmente. É viável uma escola sem drogas? Talvez, com maior apoio das famílias, com um olhar policial mais próximo ajudando a orientar os jovens e com mais profissionais da saúde específicos para um trabalho engajado dentro das escolas e famílias lutando contra as drogas. Sem decretos, sem politicagem eleitoreira, sem “bolsas”. Precisamos de vontade política e não mais de discursos.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O que é o “NEJA”?


Em 2008 foi criado e autorizado o funcionamento do “Núcleo Municipal de Educação de Jovens e Adultos de Itaara”, ou como é mais popularmente conhecido o “NEJA”. E por se tratar de um núcleo de estudos, ele não possui nada de semelhante com o ensino regular. O “NEJA” é um tipo de educação totalmente diferenciada do que estamos acostumados a ver nas escolas diurnas do município.
            Mas é diferente em quê? Em primeiro lugar, o diferencial do “NEJA” inicia pelo seu público alvo. Para cursar esta modalidade a exigência legal é que o aluno possua 15 anos completos na data de sua matrícula.
            Em segundo lugar, o que diferencia o “NEJA” do ensino diurno é que o aluno não frequenta as séries ou anos como no ensino regular. O aluno inscrito na modalidade chamada “fracionado com apoio” frequenta as reuniões de estudo por disciplinas, ou seja: português, matemática, história, ciências, geografia e inglês. Podendo escolher e frequentar de acordo com a disponibilidade de vagas, no máximo duas disciplinas paralelamente. Cada disciplina possui material próprio organizado em etapas e de acordo com as bases curriculares fornecidas pela Secretaria Estadual de Educação.
            Há também outra modalidade de estudo oferecida pelo “NEJA” que chama-se “fracionado com programa”. Nesta modalidade o aluno faz seus estudos em casa de forma autônoma e independente de acordo com um conteúdo programático oferecido pela escola. Sua presença só se faz necessária nos dias em que o aluno estiver apto a realizar as provas das disciplinas estudadas e que tenham sido agendadas previamente sempre as segundas-feiras.
            Estas duas formas de estudo proporcionam ao aluno mais agilidade na recuperação do tempo perdido em seus estudos regulares e a busca do término do ensino fundamental, totalmente amparada pela legislação educacional vigente.
            O terceiro ponto que diferencia o “NEJA” do ensino regular acontece na modalidade “fracionado com apoio”, ou seja, na modalidade que o aluno frequenta semanalmente as reuniões de estudo para buscar apoio e tirar dúvidas da matéria diretamente com o professor da disciplina. Esta diferença acontece basicamente em relação ao número de vagas disponibilizadas que são de 5 (cinco) por turma.
            O número limitado de vagas acontece em função das turmas do “NEJA” serem consideradas classes multisseriadas. Isso significa, por exemplo, que em uma turma de português, podemos ter todos os cinco alunos em diferentes e diversos pontos da matéria que está dividida nos polígrafos. Afinal os alunos desta modalidade ditam seu próprio ritmo de estudos, o que impossibilita ao professor dar uma aula igual para todos. As aulas nesta modalidade são totalmente particularizadas e diferenciadas do ensino regular que estamos acostumados a acompanhar nas escolas diurnas.
            Em função da grande procura por vagas, a lista de espera nesta modalidade é um pouco elevada principalmente no início do ano letivo. Neste sentido, alguns horários de professores foram ampliados e alunos que estão com baixa frequência são constantemente consultados para a liberação e abertura de novas vagas. Com estas ações, o “NEJA” procura a diminuição do tempo de espera dos alunos por uma vaga.
            Outra particularidade do “NEJA” acontece sempre na primeira quarta-feira do mês. Nela os professores encontram-se em reuniões de estudo para planejar suas ações, compartilhar experiências e aprimorar seus conhecimentos pedagógicos.
            Se você se enquadra no critério de idade e possui vontade de retomar ou de acelerar seu processo educacional, venha conhecer o “NEJA”. Atendemos de segunda a quinta-feira das 18:30 até 20:50, nas dependências da E.M.E.F. Euclides Pinto Ribas.

Profª Luciana Mello da Silva Mello