Nos milhares
de pequenos municípios deste país, conseguimos ver um retrato cruel do descaso
do poder público com a população. Três pontos básicos, cheios de promessas
durantes as campanhas eleitorais, são os principais pilares sociais esquecidos
após o governante assumir seu cargo, são eles: saúde, educação e segurança
pública. É ingênuo achar que estas três áreas não estão interligadas. Estão sim,
e a cada dia vemos através dos meios de comunicação que a falha em uma,
prejudica as demais.
É impossível
ter uma boa escola, com alunos doentes e inseguros. E a droga é a principal
doença que assola nossa sociedade, nossas escolas, nossas ruas. São diversos e diferentes
tipos de drogas. Na minha visão leiga, as classifico em dois tipos: as que
matam rápido, como o crack, por exemplo, e as que matam lentamente, como o
álcool e o cigarro. Mas todas elas, independente de sua classificação
científica, causam danos irreparáveis para a sociedade.
Mas uma vez
repito: e os que fazem os governantes para acabar ou amenizar com o problema?
Muito pouco. Pois os três principais pilares que sustentam a sociedade estão
ruindo. No tipo de município que me referi no inicio do texto, são milhares de habitantes
para um efetivo de menos de uma dezena de policiais. A saúde é tratada com o mal da
“ambulâncioterapia”. E em muitos casos a família que deveria proteger é quem
inicia os adolescentes no uso de drogas, incentivando e ofertando álcool em
suas reuniões sociais.
A escola
nestas horas fica pequena, tentando dar conta de todas as novas demandas que
surgiram e os novos papéis que seus profissionais foram obrigados a assumir. Lá,
dentro dos muros, se tenta driblar a inimiga droga, mas ela é forte e sedutora.
Além do que ela está muito disponível nos bares, esquinas e quem sabe, até na
casa do vizinho.
É muito
difícil vencer um inimigo quando não se está em igualdade de condições.
Orientar é a única maneira viável existente até o momento e deste papel as
escolas não se isentam. Mas é necessário que drogas, como o álcool e a maconha,
deixem de ser alento para muitas pessoas e principalmente para “os/as chefes”
de famílias. É necessário que existam clínicas e hospitais que possam tratar as
pessoas. É necessário que haja mais repressão aos traficantes. É necessário que
as pessoas que foram eleitas deixem de encher suas “malas e cuecas” de dinheiro
e passem a investir nos direitos que estão sendo negligenciados para a
população.
E voltamos ao
ponto central: há vontade política? Creio que não. É possível uma sociedade sem
drogas? Dificilmente. É viável uma escola sem drogas? Talvez, com maior apoio
das famílias, com um olhar policial mais próximo ajudando a orientar os jovens
e com mais profissionais da saúde específicos para um trabalho engajado dentro
das escolas e famílias lutando contra as drogas. Sem decretos, sem politicagem
eleitoreira, sem “bolsas”. Precisamos de vontade política e não mais de
discursos.