
Em função de tudo isso, de todas as adversidades que passamos, nesta tarde trocamos muitas figurinhas, ou seja, trocamos experiências, planos de aula e muita idéias.
Já havia recomendado para as cursistas a leitura do livro Nada na língua é por acaso de Marcos Bagno. Hoje, utilizamos uma pequena parcela do livro, o capítulo Onde está o dito cujo? (página 193 até 205) para entendermos o mecanismo da organização de um pequeno projeto em sala de aula. Após a leitura do capítulo, houve um amplo debate, cheio de boas idéias. A utilização deste tipo de metodologia poderá ser muito proveitosa neste novo recomeço, pois com muitos alunos que perderam seu material de aula, teremos que partir do zero e estimular a pesquisa, a leitura e a investigação, poderá ser um atrativo e um estímulo.
Retomamos os resultados obtidos com as provas de entrada nas 5ª séries da Escola Pinto Ribas, as ações que foram propostas e a metodologia que foi planejada baseada nas propostas do GESTAR II. A formadora reforçou a impotância da aplicação das provas de entrada para que a investigação dos saberes dos alunos seja melhor detectada. Com a posse destes dados, as mudanças nos planos de estudo serão fundamentadas na realidade de cada escola do município. Trazendo um bom embasamento para privilegiarmos a leitura e a produção de textos. Assim vamos tirar a gramática normativa do foco central dos planos de estudo. Vamos colocá-la como um acessório importante, mas não obrigatório no dia-a-dia de nossas salas de aula.
Outro ponto de discussão, foi a questão do pouco tempo para retomar e concluir o trabalho que estava sendo feito para a prova Brasil. Estes quase 15 dias de interrupção das aulas por causa do temporal de granizo, irão atrapalhar as atividades que haviam sido planejadas. O temor em novamente termos um índice baixo no IDEB é motivo de muita preocupação das professoras das 8ª séries.
A formadora levou exemplos de atividades de seus alunos que foram desenvolvidas a partir de textos e idéias dos AAAs. Reforçando a questão do professor como autor de seu próprio material didático. Um material específico para cada realidade, para cada sala de aula, buscando estimular o aluno a crescer e a construir saberes mais significativos para si. Desta forma podemos trabalhar com as particularidades de cada turma.
O livro didático também foi foco de discussão. Concordamos que os livros que estão sendo usados em nossas escolas não atendem a realidade de nossos alunos. O conteúdo gramatical que consta em cada um deles é bastante extenso e muito desconexo com nossa "listagem de conteúdos". Novamente usamos um trecho livro de Marcos Bagno intitulado Um roteiro para analisar os livros didáticos (página 125 até 140) para verificar que realmente os livros que selecionamos atendem parcialmente aos critérios da variação linguística e que privilegiam de maneira exagerada a gramática normativa. Isso nos serviu de alerta para sermos mais criteriosas e exigentes na próxima campanha do PNLD e não cairmos nas propagandas e na sedução das editoras.
Quando percebemos a tarde havia passado rapidamente e nosso TP5 havia sido muito pouco explorado.